Alguns resultados são inaceitáveis. Na maioria das vezes, são decisivos para os grandes objetivos. O empate do Santos na rodada do final de semana, por 3 a 3, após estar vencendo por 3 a 0, compromete a campanha e até a credibilidade da equipe.
Vários pontos merecem reflexão, a começar pelo imenso contraste entre as performances do time nos dois tempos. No primeiro, foi brilhante, fazendo 3 a 0 com facilidade, autoridade e grande estabilidade tática. No segundo, foi uma equipe literalmente dominada, sem iniciativa, passiva, e por pouco não tomou uma virada do Fortaleza.
Impõe-se uma grande cobrança, envolvendo preliminarmente os jogadores e até o treinador. Um time do porte do Santos não pode se render tão facilmente, ainda mais jogando na Vila Belmiro, um estádio que via de regra intimida o adversário. Não se trata de subestimar ou negar os méritos do Fortaleza, mas é incontestável a diferença técnica entre os dois times.
O futebol, hoje, não admite relaxamento ou erros estratégicos. Sem dúvida, o Santos falhou até na escalação. Como entender, por exemplo, a opção de deixar o uruguaio Carlos Sanchez na reserva até quase a metade do segundo tempo? Esse jogador tem sido um diferencial técnico em quase todas as partidas, demonstrando sempre visão de jogo, lucidez e, principalmente, liderança.
Com o empate, a partir também das duas derrotas consecutivas, para São Paulo e Cruzeiro, o Santos perdeu a liderança para o Flamengo, pelo critério de desempate, ambos agora com 33 pontos, e uma grande oportunidade de confirmar que efetivamente tem condições de lutar pelo título ou pelo menos de garantir uma vaga na Libertadores em 2020.
Já havia, no “ar”, uma certa desconfiança em relação ao potencial do Santos, notadamente numa comparação direta com Flamengo e Palmeiras, que têm grandes elencos e jogadores diferenciados tecnicamente. Aos dois, se une agora o São Paulo, que também fortaleceu muito seu grupo de atletas
O otimismo em relação ao Santos decorreu da boa série de vitórias consecutivas e da queda do Palmeiras. É cedo, ainda, para cravar o futuro, definindo favoritos ao título ou à Libertadores. Porém, a história demonstra que regularidade de campanha e vitórias importantes, óbvias ou não, são fatores que determinam uma grande conquista.
E convenhamos: a de domingo era obrigatória, além de óbvia.