Odaxelagnia, Nasofilia e Tricofilia estão entre os fetiches 'menos usuais' entre brasileiros

Confira uma lista de fetiches menos usuais, mas que são possíveis, segundo a sexóloga Márcia Atik.

Por: Marcia Atik  -  25/09/20  -  17:15
Podolatria diz respeito a tesão por pés
Podolatria diz respeito a tesão por pés   Foto: Reprodução

Quando falamos em desejo sexual e atração, a mente humana não consegue acompanhar todas as possibilidades desejosas que o ser humano apresenta para as variações sexuais que podem ser chamadas de fetiche. Na psicologia, ela é uma parafilia, um tipo de comportamento sexual em que a principal fonte de prazer não é resultado da relação sexual, mas de outra atividade - o fetiche -, que podem ser inofensivas, mas podem afetar o desejo sexual normal da pessoa quando se tornam a única forma de ter prazer, dessa forma, acaba se tornando uma disfunção, que precisa ser clinicamente tratada.


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Se alguém está fazendo isso sozinho ou com um parceiro, se estáfelizcom isso, não é um problema, desde que não inflinja desprazer e ninguém seja obrigado a participar.


A palavra fetiche vem do francês, significa originalmente “feitiço”, e se refere à devoção, paixão e, até mesmo, obsessão por algo.


Os objetos de desejo por parte do fetichista variam da mais delicada parte do corpo humano ao mais inusitado objeto ou ação do cotidiano.


Mas nesse espaço eu quero falar de fetiches como um incremento da vida sexual e como parte de um processo de autoconhecimento sexual.


Apesar de sermos um país abaixo da linha do Equador e de termos uma imagem ligada a liberdade sexual, em que corpos expostos são comuns, o brasileiro ainda é conservador em relação ao fetichismo.


É comum entre os fetichistas terem os passivos, que assistem filmes, mas não têm coragem de praticá-los. Isso é muito comum entre homens, pois as mulheres ainda tem mais preconceitos em relação a colocar em prática ou propor para seus parceros a pratica de seus fetiches.


Em todo o mundo, os fetiches mais populares são os praticados com pessoas obesas e anões, mas existem outros tipos de fetiches, como por exemplo fascinação por filmes de fetiche, como escatologia e sadomasoquismo pesado, os chamados hardcore, além de inúmeras possibilidades desde as mais óbvias até as mais surpreendentes e, às vezes, nauseantes, mas a podolatria (tesão por pés) ganha de longe de qualquer outra prática


A verdade, porém, é que qualquer objeto e tipo de pessoa podem despertar o fetiche alheio e, como tudo o que diz respeito ao sexo e sexualidade, o limite entre permitido e proibido vai do contrato entre as pessoas envolvidas.


Algumas práticas que eram consideradas fetiches hoje estão incorporadas no repertório sexual da maioria das pessoas ditas “normais”, porque as mudanças sociais também causam a mudança dos conceitos sexuais.


Para surpreender, uma lista de fetiches menos usuais, mas que são possiveis:


Voyeurismo


É um fetiche que gira em torno de ficar excitado olhando para pessoas fazendo sexo ou olhando para corpos nus.


Bondage, disciplina, dominação, submissão, sadismo e masoquismo (BDSM):


Quem assistiu 50 tons de cinza sabe o que BDSM significa, não é mesmo? É um termo genérico para casais que se envolvem em qualquer tipo de jogo de poder submisso dominante durante o sexo.


Odaxelagnia


A odaxelagnia consiste em sentir prazer em morder ou mordiscar o outro. Pode ser algo bem comum na hora do sexo, mas, caso a prática tome proporções exageradas, pode causar ferimentos sérios


Nasofilia


A nasofilia é o fetiche por nariz, também em suas variadas formas e tamanhos. Além disso, essa preferência costuma envolver também hábitos nada comuns com o nariz, como lambê-lo ou chupá-lo


Fetiche comlátex


Esse fetiche está relacionado a quem experimenta imenso prazer sexual quando seus parceiros usam látex, borracha, vinil ou outros materiais brilhantes e apertados. Para outros, simplesmente o cheiro ou a sensação do látex é suficiente para acelerá-los.


Tricofilia


Os cabelos também podem ser alvo de comportamentos anormais na hora do sexo. Carícias nos cabelos ou até mesmo algumas puxadas podem até ser algo recorrente no momento do prazer, mas, na tricofilia, esses comportamentos vão além, como gostar de passar os cabelos nos genitais para atingir o clímax.


Exibicionismo


Nesse tipo de comportamento, o desejo tem a ver com exibir os órgãos sexuais, inclusive para pessoas estranhas ou para outros que não deram tal permissão. É claro que, em casos sem o consentimento ou até mesmo envolvendo menores de idade, esta prática deixa de ser apenas um comportamento incomum ou uma doença e vira um crime passível de pena


Travestismo


Neste caso, não está ligado à orientação sexual. O travestismo enquanto comportamento sexual diz respeito à prática de utilizar roupas e acessórios do sexo oposto para obter o prazer no sexo


Claustrofilia


A claustrofilia é o desejo de praticar relações sexuais em espaços pequenos e fechados. Ela pode também fazer parte dos desejos sadomasoquistas e o confinamento se dá em ambientes como gaiolas ou jaulas


Urofilia e cropofilia


A urofilia se refere a sentir prazer urinando ou recebendo um jato de urina na hora do sexo. Enquanto que a cropofilia diz respeito à presença de fezes no ato sexual, a partir da manipulação das próprias fezes ou as fezes do parceiro


Flatofilia


Sim, é exatamente o que você imagina: neste tipo de parafilia, é comum sentir prazer com o cheiro de gases intestinais no momento da relação sexual


Espectrofilia


A espectrofilia consiste em atingir o prazer sexual ao se imaginar com fantasmas e espectros. Para isso acontecer, pode ser através de histórias e fantasias, ou com a simulação a partir de sombras, luzes e espelhos.


A mente humana é muito fértil em todos os sentidos, mas no que diz respeito aos caminhos do desejo, cada dia descobrimos uma nova possibilidade, mesmo as que não possamos imaginar como algo estimulante do desejo.


Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
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