Liberdade sexual, só que não: Estudo aponta que pessoas mentem sobre sexo para serem bem aceitas

Quando se fala de sexo, todos querem ser "normais" e, de acordo com uma nova pesquisa, são muitas as pessoas que mentem para manter as aparências

Por: Marcia Atik  -  29/01/21  -  16:22
  Foto: Reprodução/Walt Disney

Um estudo recente, publicado na revista Sex Roles, revela que os homens e as mulheres mentem sobre sexo para serem socialmente bem aceitos.


Quando se fala de sexo, todos querem ser "normais" e, de acordo com uma nova pesquisa, são muitas as pessoas que mentem para manter as aparências. Seja homem ou mulher, o habitual é falsearem-se alguns dados em relação ao comportamento sexual para que coincida com as expectativas culturais.


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Para os homens o que parece correto é ter muitas parceiras e larga experiência nesta área de vida, só assim, sendo considerados como "homens de verdade" pelos seus pares. Enquanto isso, as mulheres querem ser vistas com menos experiência sexual do que realmente possuem para cumprir os estereótipos culturais.


“As mulheres são sensíveis às expectativas sociais sobre o seu comportamento sexual e podem ser ‘desonestas’ quando questionadas sobre certos temas”, afirmou Terri Fisher, co-autor do estudo e professor de psicologia na Universidade de Ohio.


A investigação foi com base num universo de 201 estudantes universitários solteiros, heterossexuais, de ambos os sexos, entre os 18 e os 25 anos. Um dos grupos respondeu a um questionário por escrito, outro foi informado que as suas respostas seriam lidas depois em voz alta e um terceiro foi supostamente ligado a um polígrafo (máquina detetora de mentiras), mas que na verdade não estava funcionando.


De um modo geral, os resultados mostram que tanto os homens como as mulheres tendem a agir como seria de se esperar, ou seja, dando respostas politicamente corretas. Os homens falaram sobre os típicos comportamentos masculinos e as mulheres sobre os típicos comportamentos femininos, sendo que elas tinham tendência a alterar mais as suas respostas, ao contrário deles, de acordo com o grupo onde estavam.


Por exemplo: aquelas que pensavam que as suas respostas iam ser lidas por outros diziam que tinham tido, em média, 2,6 parceiros sexuais; as que acreditavam estar ligadas ao polígrafo afirmavam, em média 4,4, e as que estavam a fazer um teste privado, apontavam para uma média de 3,4. Já as respostas dos homens não variavam tanto de acordo com o grupo, ficando-se por uma média de 4 a 3,7.


Desta forma, fica claro que as mulheres ainda sentem mais a pressão para obedecer à expectativa de que valorizam mais as relações e evitam ser vistas como promíscuas.


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