Era do Colapso nas áreas de Tecnologia e Inovação: milhares de vagas podem não ser preenchidas

Com a Pandemia do Covid-19, muitos dos processos de transformação digital das empresas foram acelerados

Por: Leonardo Barbosa Delfino  -  27/04/21  -  12:10
 Procura por serviços digitais já criou uma situação completa de falta de mão de obra
Procura por serviços digitais já criou uma situação completa de falta de mão de obra   Foto: Divulgação

Essa é uma daquelas notícias que mesclam ameaça e oportunidade ao mesmo tempo. O fato é que – com a Pandemia do Covid-19 – muitos dos processos de transformação digital das empresas foram acelerados.


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Na prática, o conceito de transformação digital é o ato de substituir ou integrar tecnologia aos processos de uma empresa. Por exemplo, antes da pandemia, para parte das empresas de varejo, a única opção de venda de seus produtos era a loja física. Com o distanciamento social e as restrições de circulação, as empresas precisaram buscar alternativas para seguirem vendendo seus produtos, agora pelo meio online.


Esta procura por serviços digitais já criou uma situação completa de falta de mão de obra, que deve se acentuar com este mundo pós pandemia, uma vez que os hábitos digitais devem se intensificar a partir deste período.


Este é o ponto de atenção. Em um país, onde mais de 14 milhões de brasileiros seguem desempregados, o que falta é: mão de obra qualificada.


De acordo com dados da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), o mercado deve criar 420 mil novas vagas até 2024. Porém, estima-se que, até lá, 150 mil vagas não serão preenchidas pela ausência de pessoas qualificadas.


A pesquisa da HSM-Learning “Cenário Econômico Pós-Vacina, o que podemos esperar dos negócios?”, entrevistou 320 empresários de diversos setores, alerta 56% das empresas sinalizaram que ampliarão os investimentos em TI e 25% delas em inovação.


Mas o que isso significa na prática?


O aumento significativo dos investimentos nas áreas de Tecnologia está puxando para cima o problema da desqualificação de parte importante deste mercado. Isso impulsionado pela alta competitividade e principalmente pelo aumento da cobrança por resultados, baseado no que se convencional chamar de negócios de alta perfomance.


A dica para resolver esse problema está no cerne da própria questão: é preciso qualificar os profissionais.


Acredito que o país terá que elaborar uma estratégia nacional para suprir a escassez dos especialistas e que deverá se preocupar em fornecer uma base cada vez mais sólida: quando pensamos em universidades, temos muitos exemplos no mundo para nos inspirar. Melhorando o nível da base, a capacidade de especialização e adaptação a diferentes contextos será facilitada.


Do ponto de vista das instituições, vejo que as empresas vão precisar desenvolver um método real de capacitação, como se fossem extensões das faculdades, só que cada uma com foco no seu contexto. Claro que existem diversos temas que são transversais a múltiplas áreas, então elas também terão a necessidade de construir parcerias com escolas técnicas para que juntas consigam canalizar energia e gerar aptidão.


A insuficiência de profissionais vem da busca das organizações por pessoas já preparadas para chegarem trabalhando. Só que ao invés de fornecerem espaço adequado para o preparo, elas querem que outras firmas façam esse investimento.


Uma iniciativa que pode inspirar o cenário brasileiro é a contratação de desenvolvedores juniores. Considero que existem dois grandes benefícios no emprego desses profissionais. O primeiro é que conseguimos direcionar a capacitação deles para as necessidades que serão específicas ao contexto enfrentado no dia a dia.


O segundo, é que naturalmente se cria um elo muito forte entre os colaboradores e as empresas por conta de ser o primeiro emprego. A oportunidade de atuar em um local que alimenta uma cultura de crescimento individual é uma vantagem competitiva poderosa.


Negócios que somam forças com o que as escolas de ensino superior têm a oferecer com certeza se destacam. Espera-se que alunos universitários queiram expandir os horizontes e que conheçam todas as perspectivas de uma determinada área - ainda que isso não seja suficiente para que fiquem bem posicionados na corrida pelas vagas.


Em contrapartida, o mercado exige um certo nível de especificidade e um bom poder de execução. Como não dá para esperar que todas as pessoas do mundo pratiquem o que é fundamental para se desenvolver fora do horário de trabalho, as empresas têm o papel de servir como agentes catalisadores no progresso dos estudantes.


O jovem acadêmico tem um futuro promissor na Tecnologia da Informação. A área da computação, por exemplo, é muito nova quando comparada a outros setores e isso traz uma dinamicidade absurda.


Se você é ou conhece alguém que quer ter a chance de viver em um contexto que está cheio de alternativas de aprendizados e que tudo pode ser novo de novo - afinal, quando achamos que encontramos uma solução legal e começamos a acreditar que ela é o caminho, vem outra ideia e destrói a anterior - a TI é uma boa pedida.


Alguns portais e plataformas que oferecem cursos e treinamentos em tecnologia:

Workover Academy
Udemy
Coursera
Rock University
UOL Educação
Code Academy
Udacity
HTML Dog
Alura








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