O presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), Cauê Macris (PSDB), afirmou nesta semana que o diálogo será uma premissa no atual ano legislativo. Como um dos 94 parlamentares paulistas, assim espero e torço para que aconteça. A polarização que atravanca o desenvolvimento do País nos últimos anos, infelizmente, se viu refletida também no Palácio 9 de Julho em 2019. Temos o dever de dar o exemplo de dentro, deixando de lado desavenças ideológicas e juntando forças para garantir conquistas para a população.
Houve movimentos nesse sentido. Em setembro, por exemplo, os deputados estaduais – de oposição, neutros ou governistas – fecharam questão e foram unânimes em se unir para votar (e aprovar) com rapidez o projeto que instituiu o programa Dinheiro Direto na Escola Paulista (PDDE-Paulista), que disponibiliza recursos adicionais para melhorias em nossas escolas.
Apesar de todos os benefícios que garantiu para a rede estadual de ensino, o projeto (que hoje é lei) não teve a mesma repercussão na mídia que alguns casos de xingamentos e confrontos entre parlamentares registrados no Plenário Presidente Juscelino Kubitschek. E o fato é compreensível: tais excessos não deveriam ocorrer.
A sociedade espera de seus representantes no parlamento ações concretas que revertam em benefícios para a população. Divergências e diferentes pontos de vista são salutares para a democracia, mas troca de ofensas e agressões só servem para emperrar o processo legislativo e denegrir a já desacreditada classe política.
Desde que iniciei o mandato, em março do ano passado, busquei manter o pensamento que trouxe dos tempos como vereador em Santos: é possível ser atuante, sim, mas sempre à base do diálogo e com equilíbrio. Meu foco na Casa é discutir o que realmente importa, o que faça diferença na vida das pessoas de fato. O que não se encaixar nisso, para mim, é abstração e perda de tempo.
As sessões na Alesp foram retomadas no início desta semana. E temos muito trabalho pela frente. O fato de estarmos em um ano eleitoral tende naturalmente a acirrar os ânimos em alguns momentos. Isso faz parte do jogo. Mais da metade dos parlamentares eleitos para a atual legislatura são estreantes. Temos a premissa de defender e lutar por nossas bandeiras, mas sempre com o respeito mútuo resguardado. É o que se espera de uma nova política – do contrário, corremos o risco de desrespeitar aquele que é o principal pilar da democracia: o cidadão.