Todo político deveria usar o serviço público

É cada vez mais claro que a Baixada Santista necessita de maiores investimentos na área da saúde

Por: Kenny Mendes  -  09/08/19  -  11:17
Todo político deveria usar o serviço público
Todo político deveria usar o serviço público   Foto: Alberto Marques/Arquivo/AT

Durante uma madrugada no início de 2018, recorri à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Central de Santos com fortes dores no abdômen. Detectada a gravidade da situação, fui encaminhado para a Santa Casa, onde acabei sendo submetido a uma cirurgia de apendicite. Guardo uma enorme gratidão por todos os profissionais envolvidos, que se dedicaram e prestaram um atendimento exemplar. Se houvesse esperado até o outro dia para procurar ajuda médica, talvez tivesse perdido minha vida.


Não foi a primeira vez que fui atendido pelo SUS (Sistema Único de Saúde) e, provavelmente, não será a última. Desde meu mandato inicial como vereador, iniciado em 2012, faço questão de utilizar a rede pública de saúde. Acho que todo agente político deveria fazê-lo – para prestigiar o serviço, verificar in loco seu funcionamento e ter embasamento para propor melhorias. É por isso que a saúde, para mim, é um setor primário para o desenvolvimento de políticas públicas.


No meu primeiro discurso na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), em março, fiz questão de apontar a necessidade de maiores investimentos na saúde da Baixada Santista, com índices desfavoráveis na comparação com outras regiões. Cobramos – e muito – o Governo do Estado, apresentamos propostas e solicitações para a área e, completados 100 dias de mandato, posso dizer que já enxergo avanços.


No mês passado, o governador João Doria (PSDB) anunciou mais de R$ 37 milhões para a Baixada Santista na modernização do Hospital Guilherme Álvaro (HGA), em Santos, e nas obras dos hospitais municipais de Peruíbe e Bertioga. Se é dever do Poder Executivo disponibilizar recursos no custeio e expansão da rede de atendimento hospitalar, nós, do Legislativo, temos a obrigação de acompanhar essa destinação, identificar gargalos e apontar soluções. Mais que isso: contribuir para a resolução de demandas.


Não por acaso, optei por indicar a maior parte das emendas parlamentares de que dispunha no primeiro semestre para o setor da saúde. Na semana passada, o Governo do Estado autorizou a liberação de R$ 1 milhão, que destinei a dois dos principais hospitais da região. Assim, R$ 500 mil serão utilizados na reforma do centro cirúrgico da Santa Casa, enquanto outros R$ 500 mil ficarão reservados ao custeio de cirurgias de prótese de joelho e ligamentos do joelho no Hospital Guilherme Álvaro.


Obtivemos, também, uma vitória originada antes de eu me tornar deputado estadual. No ano passado, ainda vereador, consegui junto ao deputado federal Guilherme Mussi (Progressistas) uma emenda parlamentar – via Governo Federal – de R$ 300 mil para o Hospital dos Estivadores. Resultado: nesta semana, o secretário de Saúde de Santos, Fábio Ferraz, nos informou que a fila de até 1.900 pessoas para consultas de endoscopia existente em 2018 havia sido zerada, graças aos recursos aplicados naquele departamento.


Há outras destinações de verbas que fiz, já na Alesp, para a saúde: usina de oxigênio para o Hospital de São Sebastião de Borborema (R$ 250 mil), zoonoses (R$ 450 mil), centro odontológico (R$ 100 mil) e farmácia móvel para a zona rural do estado (RS 70 mil). Por meio de uma indicação ao Governo, propus, ainda, a criação do Hemóvel – um banco de sangue adaptado em um ônibus com o objetivo de coletar doações e distribui-las aos hospitais.


É por essa razão que acredito que não se gasta com saúde – se investe em saúde. Investir no ser humano, no fim das contas, não tem preço.


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