O perigo trafega ao lado

A primeira fase da Operação Relíquia, organizada pelo Ibama (Instituto Brasileiro de Recursos Naturais Renováveis), terminou nesta semana

Por: Kenny Mendes  -  09/10/20  -  11:19
Atualizado em 19/04/21 - 18:56
 Primeira fase da Operação Relíquia, do Ibama, terminou nesta semana
Primeira fase da Operação Relíquia, do Ibama, terminou nesta semana   Foto: Carlos Nogueira

A primeira fase da Operação Relíquia, organizada pelo Ibama (Instituto Brasileiro de Recursos Naturais Renováveis), terminou nesta semana. O objetivo da força-tarefa, que envolve uma série de órgãos, é avaliar a movimentação e a armazenagem de produtos perigosos no Porto de Santos. O saldo, por ora, nos tranquiliza dentro dos terminais – mas preocupa fora, no acesso ao cais.


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Implantada após a traumática explosão de 4 de agosto na zona portuária de Beirute, no Líbano, ocasionada por uma carga de 2,7 toneladas de nitrato de amônio, a operação pretende inspecionar 53 terminais por aqui. Nos 40 que já foram visitados, até o momento, as condições de conservação dos produtos foram consideradas adequadas. Portanto, os protocolos técnicos exigidos estão sendo cumpridos.


O problema está no transporte desse material até a Baixada Santista. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) já emitiu cerca de uma centena de multas para caminhões, na região, que apresentavam irregularidades. As principais: excesso de carga, falta de autorização do Exército, ausência de licenças e itens de segurança vencidos.


Até pela enorme quantidade de carretas/caminhões que transitam pelo porto em ambas as margens (Santos e Guarujá), o número mostra que a maior parte dos motoristas é consciente de seus deveres e não descuida dos itens obrigatórios para esse tipo de carregamento. O que nos preocupa, claro, é a minoria que insiste em desrespeitar as regras. Como cinco carretas apreendidas no mês passado, na saída do cais santista, com problemas na armazenagem da carga. Qual? O mesmo nitrato de amônio da explosão no Líbano.


Essa situação tende a respaldar uma tese que defendo desde os meus tempos de vereador em Santos: a utilização da Via Anchieta exclusivamente para o tráfego de veículos pesados. Afinal, passageiro não é carga.


A medida seria boa para os caminhoneiros. Atualmente, todos devem se locomover apenas pela faixa direita da via, enquanto os veículos leves usam a esquerda (rápida). Com a mudança, os caminhões carregados com cargas (pesados) permanecem à direita, mas os que estão vazios – como aqueles que vêm ao porto para serem preenchidos –, se movimentam pela faixa à esquerda. Os deslocamentos, assim, se dariam com maior fluidez.


Por outro lado, os veículos de passageiros (motos, carros, vans e ônibus) ficariam restritos à Rodovia dos Imigrantes. Além de sua estrutura ser bem mais adequada para tal tipo de transporte, as pessoas não teriam de dividir espaço na pista com carregamentos diversos – muitas vezes, as mencionadas cargas perigosas.


Além de ser uma preocupação relacionada às áreas de logística e de segurança, trata-se também de uma questão de bom senso.


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