Luz no fim do túnel

Brasil ultrapassa os 40 mil mortos e Estado deve testar e produzir uma vacina contra o coronavírus

Por: Kenny Mendes  -  12/06/20  -  11:40
Doria anunciou uma parceria entre o Instituto Butantan e um laboratório chinês
Doria anunciou uma parceria entre o Instituto Butantan e um laboratório chinês   Foto: Divulgação/Governo de SP

No mesmo dia em que o Brasil ultrapassou os 40 mil mortos em decorrência da Covid-19, o governador João Doria (PSDB) anunciou nesta quinta-feira (11) que o Instituto Butantan firmou parceria com o laboratório chinês Sinovac Biotech para testar e produzir uma vacina contra o coronavírus. É um alento em meio a um cenário extremamente preocupante.


Conforme os dados fornecidos pelo Governo do Estado, a vacina (CoronaVac) foi administrada com sucesso em cerca de mil pessoas na China nas fases clínicas 1 e 2 – antes, já havia sido aprovada em testes de laboratório e em macacos. Como os casos estão controlados na China, o laboratório oriental precisava buscar parceria em um país onde o vírus ainda circula para testar a fase 3 (final). O acordo prevê que o medicamento, se comprovado sua eficácia, será produzido pelo Instituto Butantan e ofertado gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).


Não se trata de um caso isolado. O Brasil foi um dos países escolhidos para testar a eficácia da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford, também na fase 3. Espera-se chegar a um resultado até o final do ano. Em São Paulo, os testes em voluntários serão conduzidos pelo Centro de Referência para Imunológicos Especiais (Crie) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e devem começar neste mês.


A Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação e Informação da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), da qual sou vice-presidente, pretende acompanhar com atenção o processo de testagens das novas vacinas em solo paulista. A função do nosso colegiado parlamentar não é apenas fiscalizar os órgãos públicos, mas fomentar ações importantes como essas.


Ainda que várias prefeituras se organizem para a reabertura gradual do comércio e outros serviços, os cuidados e a atenção devem ser redobrados. São Paulo continua sendo o epicentro da doença no país – somava 165 mil casos e mais de 10 mil mortes até esta quinta. Destas, 283 somente nas últimas 24 horas. Se não fossem as medidas de isolamento social, os índices poderiam estar em um nível alarmante.


Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
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