A prevenção é o melhor remédio

A segurança, no âmbito hospitalar, pode significar a garantia de vidas

Por: Kenny Mendes  -  18/09/20  -  09:20
Sistema Único de Saúde tem sido decisivo contra o coronavírus
Sistema Único de Saúde tem sido decisivo contra o coronavírus   Foto: Imagem ilustrativa/Unsplash

Em dezembro de 2019, antes da pandemia da Covid-19 atingir o Brasil, apresentei um projeto de lei naAssembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) que pretende tornar obrigatório aos hospitais (públicos e privados) utilizar equipamentos e mobília revestidos por cobre antimicrobiano (CAm). Nunca poderia imaginar que, passados nove meses, a proposta ganhasse tanta importância.


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Um estudo publicado em março pelo New England Journal of Medicine – escrito por cientistas da Universidade de Princeto e do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos EUA – revela que o novo coronavírus permanece ativo por três dias em superfícies de plástico e aço inoxidável. No caso daquelas revestidas com cobre, no entanto, não foram encontradas partículas ativas após quatro horas. É um resultado animador, que corrobora pesquisas bem-sucedidas com o material realizadas mundo afora nos últimos anos.


Tive o primeiro contato com o tema há seis anos. Por ter nascido no Canadá, acabo acompanhando notícias do país. Li numa publicação que a Rede Canadense para Monitoramento Ambiental em Saúde (Canadian Network for Environmental Scanning in Health - CNESH) havia destacado o cobre em sua ‘Lista das 10 Maiores Tecnologias Novas e Emergentes de 2014’. Aquilo me chamou a atenção.


Desde o início do meu mandato no Parlamento paulista, em março de 2019, venho procurando desenvolver ações relacionadas à falta de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) no Estado, problema que a pandemia apenas agravou. Nesses recintos hospitalares tão sensíveis, a presença dos equipamentos com cobre antimicrobiano torna-se fundamental para evitarmos contaminações e, por consequência, novos casos de doenças.


Um estudo comparativo realizado em três UTIs nos Estados Unidos, publicado no ano passado por Michael Schmidt, professor de microbiologia e imunologia da Universidade Médica da Carolina do Sul, comprovou: as camas de cobre abrigavam 94% menos bactérias, em média, do que as feitas de plástico ou ferro.


O investimento no material tende a ser insignificante em comparação às despesas de diárias de hospitalização que implicam maior permanência do paciente. Há vantagens para pacientes, profissionais da unidade médica e visitantes, pois a chance de infecção diminuiria sensivelmente, e para o hospital, tendo em vista uma redução de gastos operacionais em médio prazo.


A segurança, no âmbito hospitalar, pode significar a garantia de vidas.


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