Água é vida

Neste ano, em que uma pandemia sem precedentes assolou o planeta, o ato de lavar as mãos ficou prejudicado para moradores e turistas de Guarujá

Por: Kenny Mendes  -  23/10/20  -  11:05
Primeiro painel aconteceu nesta segunda-feira (24) com presidente da companhia
Primeiro painel aconteceu nesta segunda-feira (24) com presidente da companhia   Foto: Imagem ilustrativa/Unsplash

Em um passado não muito distante na Baixada Santista, tão certo quanto a queima de fogos durante o Réveillon era a falta d’água na temporada de verão. Ajustes foram realizados pela Sabesp, concessionária do sistema de saneamento básico na região, e o problema foi minimizado ao longo do tempo – exceto em Guarujá.


A situação na Ilha de Santo Amaro, pelo contrário, piorou. Neste ano, em que uma pandemia sem precedentes assolou o planeta, o ato de lavar as mãos ficou prejudicado para moradores e turistas no município. Dependente do abastecimento das mananciais dos rios Jurubatuba e Jurubatuba-Mirim, ambos afetados pela estiagem iniciada em março, a cidade teve de recorrer a caminhões-pipa para tentar reduzir o sofrimento de famílias que, apesar de pagarem seus impostos, não tinham acesso a um produto básico. Em pleno século 21.


Me encontrei com o prefeito Válter Suman, na quarta-feira (21), para falar sobre o projeto de criação de um megarreservatório de água na Cava da Pedreira, local situado às margens da Rodovia Cônego Domênico Rangoni. Anunciada pela Sabesp, a medida não saiu do papel. É preciso destravar o processo.


Suman me explicou que todos os trâmites pertinentes à administração municipal já foram concluídos – a contratualização acertada com a empresa em 2019, pelo período de 30 anos (renováveis), estabelece R$ 780 milhões em serviços no município. A obra na pedreira, não por acaso, é um dos investimentos previstos.


Um dia depois, nesta quinta-feira (22), levei a demanda para o vice-governador Rodrigo Garcia, que se mostrou bastante sensível ao caso. Ele solicitou todos os detalhes acerca do processo a fim de verificar o que exatamente está causando o entrave.


O prefeito foi categórico: sem o empreendimento, Guarujá permanecerá sujeita aos constantes focos de desabastecimento. A capacidade do Sistema Jurubatuba vem se exaurindo e, enquanto fonte exclusiva de fornecimento de água para o município, os impactos negativos dessa dependência tendem a se agravar.


Não estou falando de algo que desconheço. Tenho um carinho enorme por Guarujá, onde vivi por 10 anos. No ano passado até fui agraciado, pela Câmara Municipal, com o título de Cidadão Guarujaense. No período em que lá residi, também vivenciei o inconveniente da falta d’água. Acompanho o empenho do executivo municipal na busca de uma solução definitiva para o problema – que, com a ação conjunta da Sabesp, pode enfim deixar de ser crônico.


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