Segurança Pública na linha de tiro

Agentes de Segurança Pública são uma das categorias de profissionais mais expostas do nosso país

Por: Júnior Bozzella  -  18/11/19  -  12:10
Ao todo, 2,7 mil vagas são disponibilizadas para homens e mulheres
Ao todo, 2,7 mil vagas são disponibilizadas para homens e mulheres   Foto: Imagem ilustrativa/Estadão Conteúdo

Os agentes de Segurança Pública são uma das categorias de profissionais mais expostas do nosso país. Dados demonstram que o Brasil é o país do mundo onde mais se mata policiais. Morrem, por ano, em média, 490 policiais no Brasil.


De acordo com o estudo realizado pelo Fórum de Segurança Pública, que ouviu mais de 10 mil agentes, 53,7% dos PMs têm receio “alto” e “muito alto” de desenvolver transtornos mentais. Dos PMs entrevistados, 15,1% sofrem de transtornos mentais comportamentais (TMC), como depressão e esquizofrenia, por exemplo.


Além disso, a rigidez do sistema de hierarquia dentro da corporação desponta como outra problemática apontada pelos policiais, fazendo com que os agentes escondam o problema de seus superiores. Segundo a pesquisa 55,4% dos policiais militares têm receio “alto” e “muito alto” de manifestar discordância da opinião de um superior.


Esses profissionais enfrentam inúmeros problemas, muitas vezes até desconhecidos pela sociedade, como o aumento nas taxas de suicídios e transtornos mentais. No início do ano a revista Exame publicou uma matéria divulgando números espantosos sobre a problemática pelo qual passam esses homens que arriscam a vida para garantir a nossa segurança.


Os dados mostram que em todo o Brasil temos cerca de 425 mil policiais militares, e só em São Paulo, estado com o maior efetivo policial do país, com mais de 90 mil agentes, 120 policiais militares cometeram suicídio entre 2012 e 2017.


Apesar da ausência de números precisos sobre o assunto, pois a corporação tende a tentar mascarar o problema, as informações obtidas mostram que a quantidade de policiais militares afastados é alta. Há relatos de afastamentos e suicídios, sem exceção, em todos os 26 estados e no Distrito Federal.


Em São Paulo, entre 2006 e 2016, 182 policiais militares cometeram suicídio. Para ilustrar melhor o tamanho da gravidade, isso significa que a cada 20 dias um PM tira a própria vida. Os números só pioraram. De 2012 até 2017 foram 120 policiais militares mortos, ou seja, um suicídio a cada 15 dias.


Dados do relatório da Ouvidoria das Polícias do estado relatam que houve 71 casos de suicídio entre 2017 e 2018. Mais grave: houve crescimento de 73% nas ocorrências, com 20 casos ao longo de 2017 e 51 registros em 2018.


Esses dados são tão alarmantes pois evidenciam que em algumas regiões o número de policiais mortos durante o horário de trabalho (87 casos) em confronto com o crime é menor do que o número de policiais que cometem suicídio.


A função “policial militar” está entre as mais perigosas, e o peso da alta mortandade profissional, somado ao temor da morte, pode ser, paradoxalmente, dois entre muitos fatores que influenciam a decisão do PM de cometer suicídio. De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, um policial militar ou civil foi morto por dia em 2017 no Brasil.


Tem algo grave ocorrendo e não podemos fechar os olhos para essa triste realidade. Precisamos de medidas urgentes para proteger os nossos policiais que estão colocando em risco a sua própria vida para proteger as nossas.


Também precisamos trabalhar em prol das outras categorias da Segurança Pública como os Policiais Federais, Policiais Rodoviários Federais, Policiais Ferroviários Federais, Polícias Civis e Corpos de Bombeiros Militares, além dos integrantes do sistema de segurança pública, Peritos Criminais, Agentes e Guardas Prisionais, Policiais Legislativos Federais, Agentes Socioeducativos, Agentes de Trânsito e Guardas Municipais


A questão da segurança pública foi uma das minhas bandeiras de campanha e tem sido uma grande luta na Câmara dos Deputados. Desde que o ministro Sérgio Moro assumiu o Ministério da Justiça e Segurança Pública, obtivemos diversas vitórias na área como a significativa queda no número de crimes no País.


Nos quatro primeiros meses de 2019, o Brasil registrou queda em todos os nove crimes registrados na plataforma Sinesp. O número de homicídios caiu 21,2% e o número de latrocínios teve redução de 23,8% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Foram diversas ações exitosas que só foram possíveis com a ajuda e a eficiência dos nossos profissionais da área de segurança pública.


Também tenho trabalhado bastante para garantir investimentos para a área da Segurança Pública. Recentemente tive a satisfação de destinar cerca de R$ 1 milhão de reais para o Corpo de Bombeiros e para a Polícia Militar de municípios do estado de São Paulo, e isso é só um começo.


Uma das grandes bandeiras do PSL é a luta por mais segurança pública, e estamos lutando para aprovar pautas importantes nesse setor. Nosso objetivo é implementar ações para proporcionar melhores condições de trabalho, de dignidade e de direitos para esses profissionais. Reitero aqui o meu compromisso, como Conselheiro da Frente Parlamentar Mista em defesa dos agentes de Segurança Pública, de continuar trabalhando firme por um País mais seguro e mais justo para todos os brasileiros.


Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
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