Pela nossa região o caminho é a união!

Vou trabalhar incansavelmente, batendo na porta de quem for necessário até que o Plano de Desenvolvimento Urbano Integrado saia do papel

Por: Júnior Bozzella  -  09/03/20  -  12:54
Atualizado em 19/04/21 - 18:53
 PDUI, elaborado em 2017, prevê uma atuação no sentido de conter os prejuízos causados pelas chuvas
PDUI, elaborado em 2017, prevê uma atuação no sentido de conter os prejuízos causados pelas chuvas   Foto: Carlos Nogueira/ AT

Na primeira segunda-feira do mês, há exatamente uma semana, as águas de março chegaram com força total, trazendo com elas destruição e tragédia. Desde então só se fala nisso na Baixada Santista e também não conseguimos falar de outra coisa, porque uma catástrofe dessas proporções ecoa, martela, deixa sequelas em todos.


Eu sou da região, nasci e vivi aqui a minha vida inteira, tenho família e amigos e convivo com pessoas que foram gravemente afetadas. Estava cumprindo agenda na Baixada como faço toda semana quando chego de Brasília. Quando a tempestade começou estava em Guarujá, sem saber o tamanho do caos que estava por vir.


O que não paro de me perguntar é por que. Por que ninguém previu que algo assim pudesse acontecer? Por que ninguém preveniu? Por que em uma região que possui mais de 16 mil moradias em áreas de risco e cerca de 65 mil pessoas vivendo em habitações subnormais ninguém foi capaz de evitar que 42 pessoas morressem soterradas sob os escombros. Número esse que ainda deve aumentar, pois ainda existem 36 desaparecidos na cidade de Guarujá.


Santos e São Vicente já concluíram as buscas e somam oito mortes e três, respectivamente. Já os desabrigados chegam a 329 pessoas em Guarujá e 185 em Santos. Desde então grupos do Instituto Geológico e do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) reforçam as equipes técnicas municipais nas avaliações das áreas afetadas e no monitoramento do risco nos locais de buscas. Há 40 militares, sendo 30 do Exército e 10 da Aeronáutica, atuando no Guarujá para reforçar o trabalho de triagem de donativos e assistência, organizando os kits e ajudando na sua distribuição.


O governador do Estado, João Doria (PSDB) esteve na região e anunciou o envio de R$ 50 milhões em recursos a serem divididos entre os 3 municípios mais gravemente afetados, Santos, Guarujá e São Vicente. O presidente da República preferiu não se manifestar. Eu, não me furtei à responsabilidade de fazer o que estiver ao meu alcance para ajudar a nossa região. Conversei com prefeitos, procurei o Ministério de Desenvolvimento Regional, e fui em busca de algo que pudesse ser feito para evitar que algo assim se repita. Não é hora de procurar culpados, mas sim de buscarmos juntos soluções.


Na condição de deputado federal, entrei em contato com o governador João Dória para encontrarmos juntos um caminho para colocarmos em prática o Plano de Desenvolvimento Urbano Integrado (PDUI) elaborado em 2017, que prevê uma atuação importantes no sentido de conter os possíveis prejuízos causados pelas chuvas e enchentes.


Na última quarta-feira, dia 4, enviamos ofício para solicitar a realização de uma reunião, urgentemente, com o líder do governo na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), Carlão Pignatari, o presidente do Condesb, prefeito Paulo Alexandre Barbosa, e os deputados estaduais da região, Kenny Mendes (PP), Paulo Corrêa Jr. (DEM), Caio França (PSB) e Tenente Coimbra (PSL), para tratarmos sobre o projeto de lei complementar do Plano de Desenvolvimento Urbano Integrado (PDUI) da Baixada Santista, cuja minuta foi finalizada há dois anos, em dezembro de 2017, pelo Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana da Baixada Santista (Condesb). O PDUI prevê ações para minimizar enchentes e também envolve a área de políticas sociais.


O intuito desse encontro que propus é exatamente avaliar quais são as iniciativas que necessitamos tomar para que possamos dar seguimento ao Plano de Desenvolvimento Urbano Integrado (PDUI) da Baixada Santista.


O PDUI visa que sejam realizadas ações conjuntas e específicas entre os municípios da Baixada Santista, não só para minimizar os danos das enchentes, mas principalmente para prevenir que catástrofes como esta voltem a ocorrer.


O PDUI é resultado do Estatuto da Metrópole, lei federal que determina que cada região metropolitana do país tenha um Plano de Desenvolvimento Urbano Integrado (PDUI). Esse plano metropolitano deve ser transformado em lei e, mais que isso, deve ter as diretrizes estabelecidas no documento monitoradas.


Vou trabalhar incansavelmente, batendo na porta de quem for necessário até que o PDUI saia do papel. Estamos falando de uma uma iniciativa que beneficiará cerca de 2 milhões de moradores da região. Estarrecedor ver como as chuvas castigaram a Baixada e os moradores da nossa região. Farei tudo que estiver ao meu alcance para evitar que outra tragédia assim se repita.


Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
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