Fake news, uma questão de saúde pública no Brasil

Levantamento divulgado pelo Ministério da Saúde afirma que de 6.500 mensagens recebidas em um mês, 90% eram relacionadas ao coronavírus e 85% destas eram falsas

Por: Júnior Bozzella  -  02/03/20  -  09:00
Resultados têm demorado até 20 dias para sair, o que atrapalha o andamentos dos serviços
Resultados têm demorado até 20 dias para sair, o que atrapalha o andamentos dos serviços   Foto: Divulgação

Não é novidade que as fake news tem tomado conta das redes sociais, mas desde o surgimento do coronavírus e nos últimos dias com a confirmação dos primeiros casos no Brasil, a situação tem ultrapassado todos os limites, porque chegou ao ponto de comprometer a saúde pública no nosso país.


De acordo com o levantamento divulgado pelo Ministério da Saúde na última sexta-feira, 28/02, das 6.500 mensagens recebidas e analisadas no período de um mês (entre 22 de janeiro e 27 de fevereiro), 90% eram relacionadas ao Covid-19 e dessas, 85% eram falsas.


Os absurdos vão desde o uso de vitaminas e chás que supostamente curariam a doença, gargarejos milagrosos que matariam o vírus, até o sucesso no uso de medicamento para Aids contra o coronavírus e, ainda, orientações sem embalsamento científico algum, como a afirmação de que a higienização das mãos com álcool gel pode acelerar a proliferação do vírus.


A disseminação de fake news é um dos grandes males da sociedade moderna. O velho ditado dizia que uma mentira contada cem vezes vira verdade, e é aí que mora o perigo! Quantos de nós não recebemos de amigos, parentes e pessoas próximas uma série de notícias de cunho duvidoso? E quantas dessas nós realmente nos preocupamos em checar a fonte antes de passar para frente? À internet é terra de ninguém, pode “quase” tudo e não existe compromisso algum com a verdade. As informações são pulverizadas sem qualquer avaliação do estrago que podem causar.


No caso do coronavírus pessoas estão fazendo gargarejos, tomando chás e abolindo de suas rotinas o álcool, que é a principal arma de higienização contra o vírus, acreditando que assim estão mais seguras sem saber que estão a verdade aumentando a sua exposição. Isso sem falar nas teorias do medo que alegam que o vírus teria sido criado em laboratório e estaria sendo espalhado propositadamente para diminuir a população mundial.


As redes sociais são um verdadeiro festival de vídeos e imagens de chineses desmaiando nas ruas, tudo fake, material antigo, de muito antes do aparecimento do Covid-19, que está sendo disseminado para causar o pânico entre as pessoas.


Tão ou ainda mais grave do que isso são as centenas de notícias mentirosas acerca da utilização de vacinas que tem feito com que muitas mães, jovens e idosos tenham optado por não vacinar, aumentando a incidência de doenças que estavam praticamente erradicadas, como é o caso do Sarampo, por exemplo.


É importante fazer um apelo à população que não repasse informações caso não conheça a fonte e antes de confirmar o fato em sites e portais de notícias confiáveis. Se você recebeu fake news e gostaria de denunciar a falsa informação que circula nas redes sociais o contato de whatsapp disponibilizado pelo ministério da Saúde é (61) 99289-4640.


Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
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