Se atribui aos árabes o desenvolvimento da matemática. Eu, neto de árabes e ainda com o sobrenome Tahan, muitos lembram do matemático Malba Tahan, pseudônimo do Júlio Cesar de Mello e Souza e autor do sensacional “Homem que calculava” - Ed. Record. Sou no máximo medíocre no assunto, mas hoje, mesmo com essa confissão, falaremos dos meus 18 anos à frente da Realejo Livros.
Acho que a contagem do tempo nos ajuda a refletirmos sobre os caminhos trilhados, aprendizados e, por que não, traumas vividos. A partir deles, das lembranças, nos protegemos para as próximas surpresas que o destino nos apresentará.
E o fio da memória e o da meada me vem com força em efemérides, nas datas redondas, que trazem essas reflexões, imagens e momentos.
Me lembro em 2001, no dia 21 de maio, quando nascia a Realejo Livros, eu ainda com a Livraria Iporanga em atividade, mas sabendo que logo teríamos de fechar por conta do novo empreendimento que colocaria abaixo o cinema Art Déco da Avenida Ana Costa, no Gonzaga. Enquanto inaugurávamos, eu me dividia pensando no nascimento de uma e o fim anunciado da outra.
Dois anos depois, ainda com a Iporanga aberta em 2003 e a Realejo da Euclides da Cunha, que funcionava nas dependências da UniSantos, abrimos, eu e o Zé Roberto Torero, a Realejo no bairro Gonzaga, na Avenida Marechal Deodoro.
E as imagens brotam da minha memória. Estávamos com três espaços abertos ao mesmo tempo, a Iporanga ainda em atividade, a livraria na UniSantos também, e lá estávamos nós inaugurando esta que seria a referência principal, a Realejo Livros da Marechal.
Eu e o Torero – ele ficou como meu sócio até 2005, ou seja, dois anos – abríamos as caixas de livros para povoarmos as prateleiras. A primeira caixa que abrimos tinha um livro com o título “Milagres”, nunca mais me esqueci.
Teve música com grande amigos que até hoje estão conosco, convivendo por aqui.
Tinha o Chico Melo, autor do letreiro lindo da nossa fachada, ainda, pendurado com um ajudante num andaime com a livraria já inaugurada.
Tinha gente pra todo lado, assim como acontece nas nossas festas de lançamento, até hoje.
As datas são para isso, damos uma olhada no retrovisor, aprendemos e agradecemos para depois seguirmos em frente.
Parabéns, Realejo, pelos 18 anos, e contando.
Obrigado pela preferência, voltem sempre!