Meus dezoito anos, ops, meus não, da livraria

Pra que servem as datas? Ao chegar aos 18 anos de história não resisti em olhar pelo retrovisor da memória. Vamos olhar juntos?

Por: José Luiz Tahan  -  24/05/19  -  20:35

Se atribui aos árabes o desenvolvimento da matemática. Eu, neto de árabes e ainda com o sobrenome Tahan, muitos lembram do matemático Malba Tahan, pseudônimo do Júlio Cesar de Mello e Souza e autor do sensacional “Homem que calculava” - Ed. Record. Sou no máximo medíocre no assunto, mas hoje, mesmo com essa confissão, falaremos dos meus 18 anos à frente da Realejo Livros.


Acho que a contagem do tempo nos ajuda a refletirmos sobre os caminhos trilhados, aprendizados e, por que não, traumas vividos. A partir deles, das lembranças, nos protegemos para as próximas surpresas que o destino nos apresentará.


E o fio da memória e o da meada me vem com força em efemérides, nas datas redondas, que trazem essas reflexões, imagens e momentos.


Me lembro em 2001, no dia 21 de maio, quando nascia a Realejo Livros, eu ainda com a Livraria Iporanga em atividade, mas sabendo que logo teríamos de fechar por conta do novo empreendimento que colocaria abaixo o cinema Art Déco da Avenida Ana Costa, no Gonzaga. Enquanto inaugurávamos, eu me dividia pensando no nascimento de uma e o fim anunciado da outra.


Dois anos depois, ainda com a Iporanga aberta em 2003 e a Realejo da Euclides da Cunha, que funcionava nas dependências da UniSantos, abrimos, eu e o Zé Roberto Torero, a Realejo no bairro Gonzaga, na Avenida Marechal Deodoro.


E as imagens brotam da minha memória. Estávamos com três espaços abertos ao mesmo tempo, a Iporanga ainda em atividade, a livraria na UniSantos também, e lá estávamos nós inaugurando esta que seria a referência principal, a Realejo Livros da Marechal.


Eu e o Torero – ele ficou como meu sócio até 2005, ou seja, dois anos – abríamos as caixas de livros para povoarmos as prateleiras. A primeira caixa que abrimos tinha um livro com o título “Milagres”, nunca mais me esqueci.


Teve música com grande amigos que até hoje estão conosco, convivendo por aqui.


Tinha o Chico Melo, autor do letreiro lindo da nossa fachada, ainda, pendurado com um ajudante num andaime com a livraria já inaugurada.


Tinha gente pra todo lado, assim como acontece nas nossas festas de lançamento, até hoje.


As datas são para isso, damos uma olhada no retrovisor, aprendemos e agradecemos para depois seguirmos em frente.


Parabéns, Realejo, pelos 18 anos, e contando.


Obrigado pela preferência, voltem sempre!


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