Em 2020

O que nos espera para o próximo ano? Claro que não sabemos, apenas podemos saber ou tentar saber um pouco mais de nós mesmos

Por: José Luiz Tahan  -  20/12/19  -  18:40

Em 2020.


Em 2020 (como é legal essa repetição, 20202020202020), vou seguir como livreiro. Faço, em 2020, trinta anos de carreira, vivendo entre livros, ouvindo histórias, sugerindo leituras. Farei um livro contando algumas dessas histórias, causos, artigos e resmungos que vocês, alguns, adoram ler, principalmente os que contêm um humor ácido, o meu.


Em 2020, vou continuar batendo meu futebol aos sábados, pelas manhãs, os Veios Amigos seguirão, com aquele jogo cadenciado, mas nunca decadente.


Em 2020, vou tentar desenhar mais, escrever mais, rir mais, não, rir eu sempre rio, tá bom o nível.


Em 2020, quero editar um best-seller que seja também bem escrito, e que não tenha “f#@¨%$@@” no título.


Em 2020, vou brigar menos com a Alice (Alice, me ajuda nisso?), vou tentar entender mais os pequenos lá de casa, e a mãe deles também.


Em 2020, prometo ao Zé Miguel que vamos ao Maracanã ver o São Paulo na final da Liberta, me ajuda nisso, SPFC?


Em 2020, faremos mais uma edição sensacional do festival praiano, Tarrafa Literária.


Em 2020, vou ler uma batelada de livros, originais e publicados, de vivos e mortos, e vou apurar meu gosto como leitor, esse exercício nunca deve parar.


Em 2020, eu lamento, mas devo manter os mesmos desafetos, mas não lamento tanto, pra dizer a verdade.


Em 2020, vou continuar indo à academia, que não é a de Letras, com alguma preguiça, mas sabendo que vai me ajudar a cumprir boa parte das intenções acima.


Em 2020, também vou exercer os direitos do leitor e abandonar mais rápido livros que não nos convencem, cuidado comigo!


Em 2020, farei mais amigos autores, clientes que viram amigos, autores que viram amigos clientes.


Em 2020, vou jogar mais bola com o caçula, na praia, vamos vencer juntos o vício do videogame, mas jogar Fifa é demais... Me ajuda nisso Zé Miguel?


Em 2020, seguirei como livreiro, editor, ilustrador bissexto, cantor de chuveiro, cronista aprendiz e boleiro sem autocrítica.


Em 2020, pretendo ser eu mesmo, aceito meus erros, limitações e aceito de bom grado meus acertos.


Que o nosso ano, mesmo nesse país que nos desafia, seja como uma obra universal, um belo livro, um livro inesquecível.


Seguimos juntos.


Obrigado pela preferência, voltem sempre.


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