Influenciadores Digitais

Muitos chegam à fama e, por vezes, com maior projeção do que celebridades reconhecidas

Por: Ivan Sartori  -  01/11/19  -  16:48
Muitos chegam à fama e, por vezes, com maior projeção do que celebridades reconhecidas
Muitos chegam à fama e, por vezes, com maior projeção do que celebridades reconhecidas   Foto: Imagem ilustrativa/Amanda Vick/Unsplash

Os digitais influencers ou influenciadores digitais são pessoas ou personalidades que possuem um número considerável de seguidores nas redes sociais (micro ou macro influenciadores), por externarem conteúdos que, de alguma forma, cativam determinado ou determinados segmentos de internautas, em número superlativo.


Norteiam comportamento, pensamentos, tendências e até decisões, atraindo, não raro, consumidores para as marcas que os patrocinam, de sorte a se tornar isso um excelente negócio.


O curioso é que qualquer pessoa pode se destacar como influenciador digital, dependendo da relevância dos conteúdos que posta, mesmo porque a internet é território completamente aberto.


Muitos chegam à fama e, por vezes, com maior projeção do que celebridades reconhecidas.


O que preocupa, porém, é que ilustres desconhecidos passam a ditar regras para um grande público, mormente o jovem, sem que se saiba sobre sua real credibilidade.


O assunto é delicado, inclusive pelo fato de não haver qualquer regulamentação específica dessa atividade laboral, que passa a ser sim uma profissão para a maioria dos influenciadores, independentemente de formação acadêmica e do grau de conhecimento do assunto explanado.


De todo modo, é o próprio público quem estabelece limites, por intermédio de likes, visualizações, marcações, compartilhamentos e comentários, sendo viável, até, a obtenção de credibilidade razoável, por meio de selo de autenticidade outorgado pelo gerenciador da rede social utilizada.  Além disso, há a alteração de algoritmos (conjunto de regras nessas redes), o que serve como filtro de conteúdo, evidenciando publicações e matérias mais relevantes.


Ademais, no campo jurídico, o exercício desse mister se submete ao direito vigente (Códigos Civil, Penal, de Defesa do Consumidor, Eleitoral, CLT, Lei dos Direitos Autorais, Marco Civil da Internet, etc.), sem falar na Política de Publicidade e nos termos de uso das plataformas digitais.


Essa realidade indica que existe sim limites legais bem claros para o digital influencer, ainda que a liberdade de manifestação seja a mais ampla possível.


Há, na certa, quem deles dirija suas ideias e conteúdos para lado mais obscuro, pouco fértil e até reprovável. Mas, essa postura sempre encontrará limites nas balizas acima mencionadas, notadamente do público, o primeiro grande filtro de conteúdo.


É aí justamente, na área eleitoral, que o internauta tem que saber separar o joio do trigo, para não se deixar levar por informações pouco confiáveis. Na certa,  o politico influenciador vai expor somente aquilo que lhe é favorável e, mesmo assim, com parcialidade evidente.


Cabe ao eleitor, então, derivar para outros caminhos para saber a realidade de vida, experiencia e projeto desse politico.


E, por tudo, importante que esse profissional de que falamos, qualquer que seja a área de atuação, tenha em mente a grande importância que tem no seio da sociedade, não deslembrando que existem regras sim e que, dessa forma, pode ele incorrer em crime e/ou ser responsabilizado civil e eleitoralmente.


O mais gratificante, para concluir, é que ninguém mais detém a exclusividade do poder da informação, fato que vem alterando todo o sistema que envolve esse ramo de atividade, antes explorado por alguns poucos privilegiados. Os exemplos são inúmeros. É a democracia na sua plenitude.


Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
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