Crescimento da economia santista, via integração

Deve-se pensar na expansão da malha para a Área Continental, com inclusão da Zona Noroeste

Por: Ivan Sartori  -  10/10/19  -  13:32
De décadas para cá, a cidade tem se expandido vertiginosamente na orla
De décadas para cá, a cidade tem se expandido vertiginosamente na orla   Foto: Carlos Nogueira/AT

No facebook, página Protagonismo Cidadão, há notícia de estudo da expansão do VLT até o Centro. Salutar, é sem dúvida, a empreitada, pois haverá maior aproximação das regiões servidas pelo equipamento do Centro.


Mas, deve-se pensar na expansão da malha para a Área Continental, com inclusão da Zona Noroeste.


Seria uma forma de propiciar maior integração da cidade, para que seja levado o desenvolvimento a bairros mais afastados, hoje economicamente isolados e sem a atenção necessária.


De décadas para cá, a cidade tem se expandido vertiginosamente na orla e, em menor grau, na zona intermediária.


É preciso que esse desenvolvimento avance para a Zona Noroeste, com alteração, inclusive, do Plano Diretor, de modo que essa região receba novos empreendimentos de luxo e de classe media, com vistas a proporcionar o fomento da economia nesses locais.


Também moradias populares devem ser implantas, em áreas de destinação específica, com a possibilidade de se trasladarem moradores de residências socialmente inadequadas para local digno, como, por exemplo, quem está nas palafitas da Vila Gilda.


Tudo isso poderia impulsionar o turismo negocial ou empresarial, em função, inclusive, das estações de embarque e desembarque a serem instaladas.


Projetos de moradia popular, como o Tancredo Neves, hoje desprovido de estrutura circunvizinha capaz de manter o cotidiano dos moradores ali, seriam mais viáveis e teriam maior adesão da população a eles dirigida.


Nos dias presentes, a economia da cidade está substancialmente concentrada na orla, onde estão os shoppings e o comércio em geral, mormente no Gonzaga e em torno. Isso precisa ser ampliado.


Já a integração com a Área Continental poderia fomentar o Ecoturismo, precário ali, atualmente.


Santos tem uma extensão de 280,674 km², ocorrendo que 231,6km² estão justamente na Área Continental. Vale dizer, 70% de Santos estão naquela localidade.


Não é possível que essa vasta região resulte praticamente inaproveitável, como vem ocorrendo.


Certo que haverá questões de ordem ambiental, mas é preciso vontade política para conciliar o meio ambiente e o desenvolvimento econômico.


Lógico que não se cogita da ocupação de toda aquela região ou da maior parte dela, mas, sim de parte mínima suficiente para que tenha lugar equilíbrio razoável entre esse dois interesses de importância fundamental, vale dizer, meio ambiente e desenvolvimento humano.


Note-se que a implantação do Ecoturismo de modo mais ingente, não implicaria erradicação significativa da vegetação, mas sim sua exploração responsável e não invasiva, como acontece em muitos parques de preservação, mundo afora e mesmo no Brasil, como o Instituto Chico Mendes e vários em Bonito-MT. Aliás, diversos parques preservados já estão sendo objeto do PPP, para exploração, como a Chapada dos Veadeiros, no Cerrado de Goiás, e o Pau-Brasil, na Mata Atlântica da Bahia.


Isso é bem possível, diante do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), implantado pela Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000, conhecida como Lei do SNUC. A Gazeta do Povo, em seu sítio virtual, na matéria "Potencial econômico de áreas verdes é subestimado", cita pronunciamentos do economista e ambientalista Carlos Eduardo Young e do biólogo Rogerio de Medeiros, no sentido de que:


"Floresta não é um problema, é solução. Em um novo modelo, ela é extremamente eficaz na geração de renda, de empregos. Em todas as contas que analisamos, chegamos à conclusão de que o retorno financeiro é maior que o valor investido atualmente", explica Young. "Se fizermos investimentos adequados em conservação, podemos ter ganhos tão bons ou melhores do que outros setores da economia", diz Medeiros.


É de imaginar-se o grande progresso de Santos com a implantação de um projeto de tamanha envergadura.


Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
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