Hoje tomo algumas liberdades.
O texto é dedicado especialmente as mulheres que acompanham a coluna e, ouso, inovar nos assuntos e escrever o texto a quatro mãos*.
São milhares e, mais milhares, de mulheres que doravante a sua jornada tripla na vida, ainda encontram tempo para se preparar para um concurso público.
Em uma conta rápida percebemos que as mulheres são maioria nos cursinhos, nas bibliotecas e nas salas de provas.
O mais desavisado pode achar que é fácil dar conta de tudo. Ledo engano. Ser mulher nunca foi, e continua não sendo, uma atividade fácil em nenhum sentido.
Essa semana tivemos a triste notícia do acidente que vitimou o querido jornalista Ricardo Boechat e o piloto Ronaldo Quatrucci.
E essa fatalidade teria feito mais uma vítima, se não fosse a coragem de uma mulher chamada Leiliane Rafael da Silva, que bravamente salvou a vida do motorista de caminhão João Adroaldo Tomanckevez.
E que mulher!
Leiliane está sendo chamada de heroína. E com todo mérito e razão.
Acontece que sua louvável atitude rendeu críticas no sentido de que ela poderia se machucar ou ainda agravar o estado de saúde das vítimas.
Mas sinceramente, você está em uma rodovia e presencia um helicóptero bater em um caminhão, qual seria sua reação?
Bom, a reação de alguns homens foi a de pegar o celular e filmar.
Já a reação dessa supermulher foi a de subir no caminhão e tentar arrancar a porta com as próprias mãos e salvar uma vida.
E é assim que é.
Por quantas vezes você mulher, não foi lá e fez o que tinha que ser feito?!
Independentemente dos julgamentos, das consequências, simplesmente porque você tinha que fazer alguma coisa diante de determinada situação?
Quantas vezes você teve a coragem de tomar a iniciativa enquanto os outros somente assistiam inertes?!
Pois é, praticamente todos os dias.
Todo dia cabe a nós mulheres, tomar diversas iniciativas, decisões e atitudes as quais nem sempre temos tempo de ponderar, analisar os prós e os contras, pensar em todas as consequências para depois agir.
Nós vamos lá e fazemos. Simplesmente porque alguém tem que fazer. É da nossa natureza tomar a frente e resolver os problemas quando ninguém mais o quer fazer.
Mais uma vez, não pense que é fácil ser essa fortaleza o tempo todo. Por vezes é cansativo, e chega a ser exaustivo.
Somos cobradas, julgadas, criticadas...
Podemos até salvar uma vida, assim como fez Leiliane, e ainda assim, para alguns nunca será bom o suficiente.
Nós mesmas nos questionamos constantemente se estamos no caminho e tomando as decisões mais acertadas.
Que mãe, como o artista circense ao tentar equilibrar todos os pratos - dos filhos, da casa, do trabalho, e tantos outros - nunca sentiu culpa ao perceber os olhos de julgamento quando está dando mais atenção a um em detrimento do outro?
E aí você pode perguntar, mas por que vocês continuam fazendo? Simplesmente porque somos mulheres donas de nossos mundos e arcamos com os resultados das nossas escolhas.
Como mulheres fortes e de atitude que somos, aprendemos a lidar com as críticas, a seguir de cabeça erguida fazendo nossas escolhas independentemente da opinião (muitas vezes dispensáveis) de alguns.
E assim continuaremos fazendo. Continuaremos agindo. Goste o mundo ou não!
Toda nossa admiração por essa SuperMulher, parabéns pela ATITUDE Leiliane.
Ela representa muitas mulheres que dia a dia arrancam com a unha os obstáculos que a impedem de salvar o mundo! A começar, o seu próprio mundo.
*Obrigada por me ajudar a contar essa história Sanshain Araújo! As mulheres juntas são muito mais fortes. Sororidade, essa é a palavra de ordem.