UTI reabre

Foi confirmada, nesta semana, que a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pediátrica do Hospital Guilherme Álvaro (HGA) será reaberta

Por: Da Redação  -  23/02/20  -  18:10

Foi confirmada, nesta semana, que a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pediátrica do Hospital Guilherme Álvaro (HGA) será reaberta. A expectativa é que ela volte a funcionar em 2 de março, logo após o carnaval.


Trata-se de serviço essencial na região, e não deveria ter ocorrido sua interrupção. A ala, com sete leitos, é fundamental para a garantia da saúde infantil em casos graves, merecendo atenção o fato que apenas três municípios centrais da Baixada Santista - Santos, Cubatão e Praia Grande - têm atualmente UTIs pediátricas em funcionamento.


A unidade teve seus serviços paralisados pela falta de pessoal para o atendimento. O problema, segundo a diretora técnica do HGA, Monica Mazzurana, foi agravado pela intensificação de licenças-saúde de funcionários e pedidos de demissão e aposentadorias, que gerou redução de 30% nas escalas médicas.


Uma UTI pediátrica, pela sua natureza, bem com qualquer outra unidade de terapia intensiva, exige equipes altamente especializadas, e atenção plena e constante a todos os pacientes internados. Não pode, portanto, operar sem essas condições, uma vez que bebês e crianças estariam expostos a riscos, descumprindo a função precípua do serviço, que é o cuidado intensivo. É preciso reconhecer que interromper as atividades da UTI foi o caminho necessário e responsável, de modo a não provocar problemas ainda maiores.


Mas deve ser ressaltado que a falta de pessoal - médicos, enfermeiros, auxiliares - não acontece de maneira súbita e inesperada. Demissões e aposentadorias são previstas ao longo do tempo, e cabe aos gestores hospitalares o necessário planejamento para antecipar-se às dificuldades. Sabe-se, por outro lado, que o setor público vem enfrentando enormes problemas de custeio para sua operação regular, sem reposição daqueles que se afastam, provisória ou definitivamente. Concursos não têm sido realizados, e as nomeações são adiadas diante da falta de recursos dos governos.


A saúde, entretanto, lida com vidas humanas e merece tratamento especial e diferenciado, e não deve estar sujeita a cortes e contingenciamentos como ocorre em outras áreas administrativas. Felizmente, no caso da UTI pediátrica do HGA, foi possível encontrar solução, com a contratação, em caráter de emergência, de uma entidade sem fins lucrativos (organização social) para fornecer mão de obra ao hospital, e assim as equipes foram contratadas, permitindo a reabertura da unidade.


Tem sido crescente a presença destas entidades nos serviços de saúde. Em Santos, a administração das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e do Hospital dos Estivadores segue esse modelo, que tem se mostrado eficiente, garantindo o atendimento à população, e que pode e deve ser aplicado em outros locais, como demonstra o caso da UTI pediátrica do HGA.


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