#usemascara

O quadro pede consciência coletiva e paciência. E pede mais transparência dos governos com a real situação da pandemia

Por: Da Redação  -  24/11/20  -  10:21

Os números são os números, e eles parecem convencer cada vez menos pessoas de que a pandemia não acabou. Pelo contrário: seu fim parece estar ficando cada vez mais dependente de uma vacina. Cansadas da rotina, do isolamento social, de mudar os planos anteriormente traçados, da distância dos amigos e parentes, do homeoffice, de não ir a shows e festas, as pessoas vêm abandonando paulatinamente todas aquelas práticas consagradas para evitar a contaminação pelo novo coronavírus. A máscara foi banida dos rostos que durante meses ostentaram a tão eficaz proteção.


Dados mais recentes das secretarias de saúde da região apontam para um aumento na média móvel de contaminados e mortes e, pior que isso, uma sobrecarga que começa a despontar novamente na ocupação de leitos de enfermaria e UTI. Entre sexta-feira e domingo, o número de internações nos hospitais de Santos, por exemplo, saltou de 299 para 340, ou 13,7%. 


Se se considerar que a maior parte dos hospitais de campanha da Baixada Santista foram desativados nos últimos dois meses em função da estabilização da pandemia, há que se prever que a taxa de ocupação de leitos subirá rapidamente, já que essa relação é feita tendo como base o total de internados e a disponibilidade de vagas. Um risco de desassistência caso a curva ascendente seja mais rápida que a capacidade das prefeituras em remontar equipes, espaços e alocar equipamentos.


As notícias sobre desmontagem de hospitais de campanha, flexibilização das atividades econômicas e sociais, e também sobre a proximidade de uma vacina desmobilizaram a população. Hoje, da periferia à orla da praia, passando pelos morros e bairros intermediários, é notório que o uso da máscara, reconhecidamente eficaz na mitigação do risco de contaminação, foi abandonado. Não se sabe se o álcool gel ainda faz parte das rotinas de higienização permanente, tampouco se os produtos que vêm da rua continuam sendo lavados e descontaminados, mas a julgar pelo abandono da máscara, é de se esperar que também os demais protocolos tenham sido deixados de lado.


Não é preciso dizer o que significa ter um repique de casos neste momento, que não se pode chamar de segunda onda, mas de ascensão notória de contaminados em um cenário que ainda não tinha acabado. O caixa das prefeituras está impactado e aguardando a retomada das atividades econômicas para voltar às taxas de arrecadação de receitas de antes da pandemia. Os empregos foram reduzidos, assim como salários, e o Governo Federal já garantiu que não haverá extensão do auxílio emergencial a partir de janeiro.


O quadro pede consciência coletiva. O quadro pede um pouco mais de paciência por parte da população. O quadro pede transparência dos governos com a real situação da pandemia e as medidas a serem adotadas. O quadro pede responsabilidade. Já que os números não estão funcionando, a fala dos governantes precisa ser mais clara e direta.


Tudo sobre:
Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
Ver mais deste colunista
Logo A Tribuna
Newsletter