Um ano ainda difícil, mas melhor

Com a expectativa da vacinação, mais setores podem voltar aos seus investimentos e contratação de mão de obra

Por: Da Redação  -  01/01/21  -  09:10

Em meio a uma disputa acirrada até fevereiro pelo comando da Câmara Federal e os contínuos tropeços do governo na área da vacinação, a conclusão óbvia que se tem é de um início de 2021 nebuloso e conturbado. Entretanto, conforme os meses avancem, as expectativas otimistas serão crescentes tanto na economia como na imunização.


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Mas as últimas semanas foram de derrubar qualquer espírito mais empolgado com o futuro do País. Primeiro porque de uma forma impressionante o processo sucessório de Rodrigo Maia (DEM-RJ) atrasou votações importações. Algumas pautas até que foram discutidas, mas as reformas tributária e administrativa continuam paradas.


Deve-se registrar que a disputa pela mesa-diretora da Câmara leva o presidente Jair Bolsonaro a fazer o que ele condenou em 2018, que é a “velha política”, com promessa de distribuir cargos e emendas parlamentares para obter apoio, como os repórteres de Brasília têm registrado.


Por outro lado, o governo deu passos desastrosos na pré-vacinação. Primeiro se concentrou em um só projeto, o da AstraZeneca/Oxford, que só agora está com sua pesquisa quase pronta, e na terça-feira não conseguiu nem fazer o básico - o leilão para comprar seringas e agulhas fracassou, adquirindo apenas 2,4% do almejado.


Ao mesmo tempo, os brasileiros acompanham na mídia país a país cada um iniciando sua campanha de imunização. É muita humilhação para um Brasil continental, entre as maiores economias do mundo, não ter sequer um prazo firme para começar a imunizar sua população. Isso vale tanto para o Governo Federal quanto o paulista, que deixou a política atropelar a ciência e aguarda o aval do laboratório chinês Sinovac para anunciar o percentual de eficácia aqui obtido.


Porém, o otimismo está no horizonte, pois nos próximos meses, ainda que o País atrase ainda mais sua campanha, terá outras vacinas com pesquisas concluídas como opção de compra, como a da Johnson&Johnson ou da Covax, do consórcio da Organização Mundial da Saúde (OMS). Com a expectativa da vacinação, mais setores podem voltar aos seus investimentos e contratação de mão de obra, principalmente o de serviços, o mais abalado pela pandemia.


São negócios de entretenimento, como bares, hotelaria, aviação e restaurantes. O retorno da socialização, como nas salas de aula, também vai demandar mais trabalhadores e prestadores de serviços em cadeia. Indústrias, como frigoríficos, poderão trabalhar com suas linhas de produção ocupadas, sem risco de contaminação.


Simultaneamente, espera-se que o governo cumpra seus planos de estimular o crédito, forma de apoiar pequenos empreendimentos combalidos pela covid-19. O ponto de interrogação fica com o uso de algum benefício semelhante ao auxílio emergencial. Sem ele, o contingente de miseráveis vai aumentar sem dúvida. O governo precisará agir nesse campo para evitar o empobrecimento no País.


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