Tabata e a reforma da Previdência

A jovem deputada surpreendeu nos últimos dias ao apoiar a reforma da Previdência. Contrariando seu partido, o PDT

Por: Da Redação  -  09/05/19  -  13:05

A deputada federal Tabata Amaral (PDT-SP) é estrela em ascensão na política nacional. Seu desempenho nas últimas eleições foi destacado: ela alcançou mais de 264 mil votos, sendo a sexta candidata mais votada no Estado de São Paulo. Com apenas 25 anos, de origem humilde, criada em um bairro pobre da Zona Sul da capital paulista, teve desempenho escolar notável, fato que permitiu sua aceitação em várias prestigiadas universidades americanas, tendo se graduado na Universidade Harvard, com bolsa integral, em Ciência Política e Astrofísica.


Participante de vários movimentos sociais, tem se destacado na questão educacional. Em sua dissertação, realizou análise política de reformas na educação em municípios brasileiros, argumentando que houve expansão no ensino nas duas últimas décadas, mas que sua qualidade continua pobre e deficiente segundo padrões internacionais. Em 2014, fundou, com outros colegas, o Movimento Mapa Educação, cuja missão é engajar jovens na luta por educação de qualidade para todos os brasileiros.


A jovem deputada surpreendeu nos últimos dias ao apoiar a reforma da Previdência. Contrariando seu partido, o PDT, que se opõe ao projeto e fechou questão contra a proposta, ela declarou que sente “uma tristeza muito grande” ao ver deputados e senadores se posicionarem contra a reforma. Foi além e se disse perplexa ao notar que pessoas que se dizem progressistas estão se posicionando contra a desigualdade que é perpetuada no atual modelo da Previdência Social no Brasil.


Não se trata de apoio incondicional à PEC em tramitação no Congresso. Tabata Amaral faz restrições às mudanças no benefício de prestação continuada (BPC), que atinge idosos de baixa renda e pessoas com deficiência, bem como à aposentadoria rural e à aposentadoria dos professores, além de apontar que faltam detalhes sobre o regime de capitalização que o governo pretende implantar.


Isso não significa, porém, que o sistema não mereça ser revisto, principalmente levando em conta o rombo de R$ 300 bilhões que é previsto para este ano, considerando INSS e regime de servidores federais. Nesse sentido, a deputada entende que a discussão sobre idade mínima para aposentadoria, o estabelecimento de alíquotas progressivas e combate a privilégios nos benefícios, principalmente de servidores públicos, vão na direção certa.


A posição de Tabata Amaral contrasta com aquelas assumidas pela oposição, que tem cerrado fileiras contra a reforma da Previdência, e revela atitude firme e correta, principalmente quando ela se refere ao "caráter raso" do debate até aqui realizado em torno do assunto. A esquerda deveria seguir seu exemplo: apresentar sua proposta para o tema, e não opor-se, de maneira intransigente e inconsequente, às mudanças estruturais que o País necessita.


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