Sustentabilidade

Os alertas quanto ao uso de recursos naturais acima dos limites e o impacto do aquecimento global chegaram ao mundo econômico, e empresas e o mercado vêm incorporando esses temas à sua agenda

Por: Da Redação  -  06/04/20  -  10:39

A preocupação com a sustentabilidade aumentou em todo o mundo. Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) foram aprovados pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 2015 e constituem a Agenda 2030, com 17 objetivos e 169 metas a serem alcançadas até 2030, compreendendo ações que vão da erradicação da pobreza e redução das desigualdades a questões ambientais, como enfrentamento das mudanças climáticas e produção de energia limpa, com cidades e comunidades sustentáveis em todo o planeta.


Os alertas quanto ao uso de recursos naturais acima dos limites e o impacto do aquecimento global chegaram ao mundo econômico, e empresas e o mercado vêm incorporando esses temas à sua agenda. Hoje, negócios em setores de largo consumo estabelecem novos objetivos para 2030 e 2050, e há pressa dos investidores com alto poder de mobilização de capitais.


Tem aumentado a gestão consciente diante dos riscos ambientais. Pesquisa do Carbon Disclosure Program (CDP) com 102 corporações da América Latina, de 2019, mostrou que 90% das empresas têm a questão hídrica no nível de seus conselhos e 83% integram riscos hídricos na estratégia de negócios. 91% trabalham mudanças climáticas nas suas estratégias e 89% identificaram riscos climáticos com impactos financeiros. Isso abre também novas perspectivas: 91% perceberam oportunidades diante das alterações do clima.


60% das companhias pesquisadas integram questões florestais na estratégia de longo prazo, e 66% identificaram riscos florestais com impactos financeiros. Mas também são vislumbradas oportunidades de negócios, segundo a opinião de 80% das empresas consultadas. 


Na decisão sobre questões climáticas, foram contabilizados riscos no médio prazo que significam US$ 261 bilhões, mas são compensados pela expectativa de novos negócios e oportunidades, representando US$ 361 bilhões. O problema, entretanto, está longe de ser resolvido: relatório global do World Wide Fund for Nature (WWF) calcula prejuízos anuais de US$ 480 bilhões no crescimento econômico mundial até 2050, acarretados pela destruição da natureza. 


A crise do coronavírus acrescentou novo ingrediente à questão. Especialistas consideram que o choque atual pode ser importante lição sobre a relação da sociedade com a natureza. A despoluição sonora e do ar já são percebidas, e poderão ser incentivos para que classes médias e altas não voltem a velhos hábitos de consumo anteriores, com a adoção de estilos de vida mais sóbrios. 


As empresas terão que se reinventar, adaptando-se aos novos tempos e descobrindo oportunidades. Será talvez processo acelerado de destruição criativa, com aumento da eficiência ecológica dos padrões de produção e consumo. A sustentabilidade pode ganhar força e espaço, e isso representará notável avanço civilizacional.


Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
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