Serviços públicos

Espera no Pronto-Socorro Infantil de Vicente de Carvalho, em Guarujá, gera reclamações diárias

Por: Da Redação  -  13/07/19  -  14:07

Usuários do Pronto-Socorro Infantil de Vicente de Carvalho, em Guarujá, têm a mesma reclamação – esperar horas pelo atendimento. O Sindicato dos Médicos (Sindimed) acusa a prefeitura de omissão, o que acabou até se tornando uma ação que já chegou ao Ministério Público Estadual. A prefeitura nega sobrecarga e diz que são atendidos quase três pacientes por hora.


O caso é mais um relacionado a queixas contra ineficiência nos serviços públicos. Infelizmente, as reclamações se repetem e não são só em Guarujá. É preciso dar um basta e buscar o salto qualitativo.


A ineficiência do poder público ao prestar serviços não se restringe à saúde. Ela se espalha do ensino à segurança pública e também na limpeza pública e preservação de viaturas, mobiliário, edifícios, ruas e praças. A intensidade do problema varia de uma cidade a outra, mas é difícil encontrar um cidadão satisfeito e que não tenha relatos de má experiência a dar. Aliás, tais dificuldades não se restringem a municípios, avançando pelo estado e pela União.


Toda eleição, os candidatos prometem saltos de qualidade que não são atingidos. Os gestores públicos reclamam da falta de verbas, mas os brasileiros destinam a cada ano por volta de 35% de toda sua produção econômica anual, aproximando-se da carga tributária de países escandinavos e de economias desenvolvidas. Entretanto, há um verdadeiro ralo de desperdício de dinheiro e de corrupção que consome a capacidade da máquina pública de prestar serviços de qualidade à população. 


Entretanto, observando-se as últimas eleições, a percepção de que o brasileiro é totalmente alienado à política não se comprovou. Houve uma batalha nas redes sociais, que ainda não foi apaziguada, mas pesquisas de opinião feitas na época e em seguida, independente da corrente política, indicam um inconformismo com a precariedade dos benefícios devolvidos à sociedade após tanto pagamento de impostos.


A crise econômica, da recessão de 2015-2016 à prevista recuperação que não se consumou até agora, parece ajudar a manter viva essa cobrança. O presidente, governadores e prefeitos, com o caixa à míngua, são obrigados a adotar programas profundos de ajustes. Alguns fazem arrumações sérias, enquanto outros promovem cortes implacáveis ou em áreas já sacrificadas, os casos da saúde e da educação. Simultaneamente há muita gente mal-intencionada na política ou sem competência para a administração, dos quais o Brasil não consegue se desvencilhar.


Entretanto, a austeridade tem um efeito educativo muito grande. Na base da necessidade, o setor público é obrigado a estabelecer prioridades e planejamento. Mas, o histórico de País que posterga, do jeitinho e que empurra com a barriga continua. Diz-se que é com erros que se aprende, porém, por aqui esse aprendizado é mais lento do que em outros países emergentes. É preciso avançar mais.


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