Sem baixar a guarda

Levantar os bloqueios, pura e simplesmente, enquanto a situação não se estabiliza, pode representar um risco maior

Por: Da Redação  -  12/04/21  -  09:00

Aos poucos, e conforme a fase, os municípios da Baixada Santista vão afrouxando as medidas de restrição impostas pela pandemia de covid-19. No caso específico da região, o ponto principal dessa flexibilização, a partir de hoje (fase vermelha), é a liberação das praias para atividades físicas individuais e das feiras livres, que voltam a funcionar também aos domingos. Mas há limitações em muitos setores, uma vez que a situação exige manter a guarda.


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Especialistas da área da Saúde ainda divergem das autoridades quanto à flexibilização das medidas. O argumento é de que as taxas de ocupação de leitos hospitalares seguem com números elevados, fato que justificaria permanecer com ações rigorosas. Até ontem, por exemplo, a taxa geral de ocupação dos 796 leitos destinados à covid na região estava em 70%.


Não é, a rigor, um quadro confortável. A Baixada Santista ultrapassou a marca dos 4 mil mortos desde o início da pandemia, em março do ano passado, com 118 mil casos. Em termos nacionais, os números são assombrosos: 13,4 milhões de casos e mais de 351 mil óbitos. Algumas regiões do País apresentam disparidades em termos de diminuição do número de doentes e de óbitos. No entanto, no quadro geral, o Brasil se mantém entre os principais celeiros da doença.


É lógico que a sociedade como um todo está pagando um altíssimo preço por este fenômeno inédito no mundo. E, como se trata de uma doença desconhecida, que aos poucos vem sendo desvendada, convém seguir o que a ciência entende como o caminho seguro para superar o estágio de catástrofe sanitária. Obviamente, é esta mesma ciência que corre contra o tempo em busca de tratamentos medicamentosos que restrinja o poder de contágio.


A vacina, por assim dizer, é a resposta mais eficiente para deter o avanço do novo coronavírus. Neste ponto, estados e municípios com gestões sérias adotam conduta exemplar na árdua e difícil tarefa de ampliar o raio de imunização, inicialmente realizando a campanha vacinal por faixa etária e grupos específicos, e, finalmente, por setores essenciais: pessoal da segurança pública e da área educacional.


É compreensível a apreensão em vários segmentos econômicos que tiveram seus negócios seriamente afetados pela pandemia, com reflexos no mercado de trabalho e no aprofundamento da pobreza. O misto de ansiedade, pressa e instinto de sobrevivência reforça o alto grau de pressão sobre as autoridades. Mas levantar os bloqueios, pura e simplesmente, enquanto a situação não se estabiliza, pode representar um risco maior, com medidas restritivas periódicas. Há, portanto, a necessidade de se agir.


São áreas que precisam do apoio governamental, nos diferentes níveis, para reduzir os gigantescos prejuízos dos últimos 13 meses. A população também precisa fazer sua parte, evitando comportamentos de risco e adotando os procedimentos de proteção recomendados.


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