Santistas e a covid

Pesquisa realizada pelo IPAT confirma que a população apoia as medidas de isolamento social e restrição ao acesso ao calçadão da orla e da praia

Por: Da Redação  -  28/04/20  -  10:39

Pesquisa telefônica realizada pelo IPAT - Instituto de Pesquisas A Tribuna revelou que os santistas, de modo geral, apoiam as medidas de isolamento social e restrição ao acesso ao calçadão da orla e da praia. 52,5% são favoráveis ao confinamento horizontal, deixando em casa todas as pessoas, menos as que trabalham em setores essenciais, e 67% concordam com o decreto que proibiu a utilização da praia e do calçadão.


Embora as variações sejam pequenas, nota-se que, nos bairros da orla, o apoio é ainda maior (54,3% ao isolamento social que vem sendo praticado e 71,6% à proibição do acesso à praia). A preocupação com o novo coronavírus é grande, como esperado: 88,9% dos entrevistados se disseram preocupados ou muito preocupados com a pandemia. Mesmo diante da crise econômica provocada pela covid-19, a grande maioria - 69,7% - tem mais medo de contrair a doença, atingindo a própria pessoa ou alguém de sua família, do que a perda do emprego (24,4%).


A pesquisa confirma que a população santista apoia a forma com que o prefeito Paulo Alexandre Barbosa vem se conduzindo: 44,2% responderam que ele está "muito empenhado" no enfrentamento ao novo coronavírus, índice que é praticamente o dobro do registrado pelo presidente Jair Bolsonaro (22,9%) e bem superior ao do governador João Doria (26,9%). Não surpreende, portanto, que 47,2% dos entrevistados tenham dito que confiariam para procurar ajuda mais no prefeito do que no presidente (6,9%) e no governador (5,4%).


É evidente que a população cobra e espera respostas imediatas do poder público local, mais próximo a ela e capaz de mobilizar recursos e atendimento. Mas chama a atenção que 24,1% tenham se referido ao ministro da Saúde como primeira alternativa para resolver o problema. A pesquisa foi feita logo após a demissão de Luiz Henrique Mandetta, e o alto índice de confiabilidade revelado deve-se à elevada aprovação que ele teve no exercício do cargo.


As mulheres são mais favoráveis ao isolamento social (56,9%) do que os homens (47,9%) e mais defensoras de se cuidar primeiro da saúde e vida dos pacientes (63,8%) do que eles (56,9%), dando maior apoio ao fechamento da orla (69% contra 64,8%). A faixa etária que menos aprova o isolamento social foi a dos 36 aos 45 anos (42,1%), exatamente aqueles mais afetados com as restrições ao trabalho, enquanto os mais velhos (acima de 65 anos) são os mais refratários ao fechamento do calçadão e da praia (56,2% discordam da medida).


Há parcela considerável que defende o isolamento vertical, atingindo apenas os mais velhos e grupos de risco (37,4% do total), mas o balanço da pesquisa mostra confiança e apoio majoritário às políticas que a Prefeitura de Santos vem desenvolvendo até aqui, indicando que elas devem prosseguir baseadas em critérios científicos. 


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