Saúde é a prioridade

O investimento em saneamento básico também é muito importante para reduzir os índices de mortalidade

Por: Da Redação  -  12/01/21  -  09:00

A queda do índice de mortalidade infantil de Santos pelo segundo ano consecutivo é de grande importância por ser um dos indicadores que revelam a melhoria das condições sociais de uma população. Segundo dados da Prefeitura, em 2018, eram 11,8 mortes a cada mil nascidos vivos, caindo para dez em 2019 e 7,2 no ano passado. Portanto, outro ponto a ser considerado é que o recuo de 2019 para 2020 foi bem acentuado. As autoridades médicas do Município atribuem a melhora do desempenho à qualidade do pré-natal, que é o acompanhamento das gestantes, muitas delas adolescentes, e ao monitoramento dos bebês de alto risco, o que exige investimento na maternidade pública. No final das contas, comprova-se a importância do investimento das cidades em saúde para a população.


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O investimento em saneamento básico também é muito importante para reduzir os índices de mortalidade, inclusive ao longo de toda a infância. No ano passado, o Governo Federal conseguir aprovar no Congresso o novo marco legal desse setor, com atração de recursos da iniciativa privada. Esse modelo gera oposição dos estatizantes, mas é fato que o saneamento básico é uma das áreas que menos avançou no Brasil nos últimos anos.


Pode-se considerar que o índice de mortalidade infantil santista é baixo, mas para comparações dentro do Brasil. No site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os dados municipais mais recentes são de 2017. Nesse ano, Santos contava com 9,02 mortes a cada mil nascidos vivos, sendo que o melhor desempenho era de Itanhaém, com 7,2. Nas demais cidades, o menor índice foi de 13,58 em Cubatão e o mais acentuado em Mongaguá, de 23,91. De qualquer forma, todas precisam melhorar, com base no que se verifica nos países de referência mundial, como Finlândia, Japão e Suécia, de três mortes. No Brasil, o índice foi de 12,8 e, em 2018, de 12,35. Observa-se que a maior parte das cidades da Baixada Santista fica acima do nível nacional, o que exige maior dedicação dos novos prefeitos.


O impacto na pandemia traz preocupação redobrada com a mortalidade infantil e a qualidade de vida em geral das crianças. Não exatamente pelos efeitos sanitários sobre essa faixa etária, que se sabe bem mais brandos dos que o verificado nos mais velhos, mas pelo peso que a covid-19 exerce sobre as contas públicas. Com a queda das receitas nas prefeituras, estados e União, os investimentos nos programas sociais perdem não só seu ímpeto como ficam seriamente ameaçados. A austeridade é condição essencial para a volta da estabilidade aos mais diversos governos, mas passar simplesmente a tesoura para cumprir o orçamento não é a solução mais razoável para atender as necessidades das famílias. A definição de prioridades pelos governantes nunca foi tão necessária como agora. A grande lição que se teve no ano passado com a pandemia é que a saúde não pode ser relegada a segundo plano.


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