Prioridades em Santos

Ainda não está claro o que Santos almeja em relação ao setor de petróleo e gás, além dos royalties

Por: Da Redação  -  27/01/21  -  09:42

O impacto da pandemia na economia e os efeitos da tecnologia, acelerados pela própria covid-19, são dois temas que permeiam o debate sobre o futuro de Santos. O Jornal A Tribuna publicou na edição de terça-feira (26) o caderno dos 475 anos de Santos e trouxe importantes discussões e possibilidades sobre a Cidade. O Porto já tem seu caminho claro, que é o da expansão por meio do investimento privado e da inserção de novas tecnologias, o que exige uma grande reflexão sobre o mercado de trabalho. Devido à automatização, a geração de emprego perde ímpeto ao mesmo tempo em que exige alta capacitação, demandando investimentos no ensino especializado.


Por outro lado, ainda não está claro o que Santos almeja em relação ao setor de petróleo e gás além dos royalties. Não há mais as expectativas da década passada com o pré-sal, uma corrida vencida pelo Rio de Janeiro. Apesar da base da Petrobras continuar em Santos, as decisões e boa parte das operações estão na capital fluminense, uma concentração estimulada pela própria inovação e tecnologia desenvolvidas por necessidade pela estatal para reduzir seus custos. A exploração do gás nos campos da costa paulista prevista para esta década vai trazer investimentos para o Estado, mas sem os delírios imaginados no início do século. Entretanto, pouco se comenta sobre isso entre as autoridades, um assunto ainda restrito aos técnicos da área e que tem sido tema de reportagens deste jornal. Resta saber o que realmente será feito com o Parque Tecnológico, antes voltado, na onda do pré-sal, para desenvolver conhecimento para petróleo e gás e que agora parece que a Prefeitura almeja dar outras destinações a ele, como de inovação na área de serviços e empreendedorismo.


Aliás, na área tecnológica, Santos poderia estimular o uso de novas matrizes energéticas, como veículos elétricos e conectividade dos serviços públicos, principalmente saúde e educação. Considerando a carência de receitas devido ao revés econômico, são investimentos que podem ser turbinados com apoio da iniciativa privada.


Entretanto, é no turismo que Santos deve se planejar para aumentar seu valor agregado. É preciso fomentar eventos para o pós-pandemia que atraiam público especializado que gere ocupação nos hotéis e maior gasto diário na cidade. O turismo santista não pode se restringir à praia, investindo em atrações no Centro Histórico, com atividades culturais nos finais de semana e estímulo aos museus.


Entretanto, a habitação continua sendo o ponto fraco de Santos, onde o elevado preço do metro quadrado é um entrave para a moradia popular. A atual gestão pretende investir mais em moradia popular, mas depende de convênios com o Estado, enquanto o Governo Federal deu sinais de que o Casa Verde e Amarela não será voltado à baixíssima renda. Porém, as palafitas e os cortiços permanecem como grandes problemas sociais de Santos e exigem atenção urgente.


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