Primárias nos EUA

Todas as atenções estão voltadas à Super Terça-Feira, quando 14 Estados realizarão suas primárias, entre os quais dois que concentram o maior número de delegados à convenção, Califórnia e Texas

Por: Da Redação  -  28/02/20  -  09:39
Atualizado em 28/02/20 - 09:45

Seguem agitadas as prévias democratas nos Estados Unidos para definir o candidato do partido na disputa presidencial de novembro. Até aqui, nenhum postulante tornou-se favorito, e os principais nomes que buscam a indicação - Bernie Sanders, Joe Biden, Pete Buttigieg, Elizabeth Warren, Michael Bloomberg e Amy Klobuchar - seguem firmes em suas campanhas, sem sinais de desistência à vista. 


Todas as atenções estão voltadas à Super Terça-Feira, no próximo dia 3 de março, quando 14 Estados realizarão suas primárias, entre os quais dois que concentram o maior número de delegados à convenção, Califórnia e Texas. Pode-se dizer, porém, que os primeiros resultados trouxeram surpresas. O ex-vice presidente Joe Biden, favorito inicialmente, perdeu fôlego, o mesmo acontecendo com a senadora Elizabeth Warren. Despontou o senador Bernie Sanders, que lidera a corrida, tendo vencido em New Hampshire, empatado com Pete Buttigieg em Iowa e obtido grande vantagem em Nevada, quando chegou a quase 50% das preferências. 


Não se pode descartar nenhum cenário. Biden pode reagir na Carolina do Sul, estado que realiza suas primárias neste sábado, e Buttigieg tem sido a novidade: com perfil centrista e bom desempenho nos debates, surgiu como alternativa viável. Não se sabe ainda a força do ex-prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, que não disputou nenhuma das primárias, mas vem gastando milhões em sua pré-campanha, visando exatamente a Super Terça.


Pesquisas mostram que praticamente dois terços dos democratas desejam um candidato que seja capaz de derrotar Donald Trump em novembro, deixando para segundo plano as convicções em torno deste ou daquele candidato. Nesse ponto, a situação de Sanders é delicada: ele, que se assume como socialista democrático, estaria muito à esquerda no espectro político norte-americano, assustando os eleitores médios que decidem, no final das contas.


Sanders aposta na união de eleitores racialmente diversificados no Oeste e Sul do país (como em Nevada) e em partes do Meio Oeste e Sudoeste que passam por dificuldades econômicas, e seus assessores argumentam que ele possui capacidade singular de mobilizar aqueles que se sentiram preteridos no Partido Democrata, como os latinos e os mais jovens. Mas seu êxito depende muito da divisão entre os pré-candidatos moderados (Buttigieg, Biden, Klobuchar e Bloomberg), e da superação das resistências a suas propostas mais radicais no campo social.


Ainda é prematuro para conclusões. A Super Terça pode não ser decisiva, e o cenário de incertezas persistir. Seja como for, o mecanismo das prévias é saudável e positivo, e garante a efetiva participação dos eleitores democratas na decisão sobre quem será o candidato do partido à Presidência, em processo autenticamente democrático e aberto. 


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