Precário serviço de balsas

ica evidente, no caso de Santos-Guarujá, a importância da ligação seca entre as duas cidades

Por: Da Redação  -  19/06/19  -  10:10

Balanço feito sobre os equipamentos que realizam as travessias de balsas entre Santos e Guarujá, no litoral sul, e entre São Sebastião e Ilhabela, no litoral norte, mostra quadro lamentável: cinco embarcações estão com atividades interrompidas por inspeção do Comando da Marinha; há balsas operando que foram fabricadas nas décadas de 1950 e 1960, com sinais de corrosão e ferrugem; e há 32 motores em situação crítica, dos quais 18 já foram condenados por desgaste excessivo.


O resultado dessas precárias condições é a paralisação frequente de várias balsas nas travessias para intermináveis e constantes serviços de manutenção, provocando gigantescas filas e enorme perda de tempo aos milhares de usuários dessas ligações. O secretário de Logística e Transportes de São Paulo, João Octaviano Machado Neto, admite os problemas e afirmou que a situação das balsas está "um caos", com o estaleiro transformado em autênticas UTI.


Todo o sistema opera de modo emergencial. Não há embarcações reservas, e embora a gestão atual tenha efetuado a compra de 30 novos motores e peças sobressalentes, com mais de R$ 10 milhões investidos, isso não foi suficiente para amenizar os problemas diários vividos nas travessias. Ressalte-se que, no fim do último ano, só 17 dos 68 motores foram avaliados como em bom estado. Alguns deles, de 1988, têm mais de 30 anos de fabricação.


Enquanto isso, o governo estadual já enviou a Assembleia Legislativa projeto que extingue a Dersa, empresa estatal responsável pelos serviços, que espera ver aprovado ainda neste ano, enquanto anuncia a privatização das travessias, que totalizam oito no estado, sendo Santos-Guarujá, com volume diário de 16.500 automóveis/caminhões, 8.700 motos e 7.500 bicicletas diariamente, a maior delas.


As perspectivas para este ano são negativas. Dificilmente a Dersa conseguirá superar as dificuldades, que deverão prosseguir, embora a empresa espere, entre julho e agosto, liberar três balsas atualmente em manutenção. Mudanças efetivas, com a privatização dos serviços, só estão, porém, previstas para 2020, e a próxima temporada de verão prenuncia desde já muitos problemas.


Fica evidente, no caso de Santos-Guarujá, a importância da ligação seca entre as duas cidades. O secretário de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, em entrevista a este jornal, descartou que a polêmica sobre a ponte entre os dois municípios vá adiante, afirmando que esta é a melhor solução viária, e acreditando que o contrato entre a concessionária Ecovias e o Estado deva ser assinado nos próximos meses. É o que se espera: a ponte, não obstante sua localização entre a Via Anchieta a rodovia Cônego Domênico Rangoni, contribuirá, de maneira decisiva, para reduzir o trânsito diário no serviço de balsas, hoje absolutamente comprometido.


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