Popularidade em redes sociais

Dados do Índice de Popularidade Digital, divulgado em setembro, mostram que os políticos conservadores lideram o ranking

Por: Da Redação  -  17/10/19  -  12:31

Criado por um especialista em marketing e diretor de empresa de consultoria, o índice de Popularidade Digital (IPD) mostra o desempenho de personalidades públicas e marcas empresariais entre usuários de Facebook, Instagram e Twitter. Os resultados são divulgados mensalmente, de modo a permitir que seja avaliada a evolução ou queda da popularidade nas redes sociais.


Os dados de setembro mostram que os políticos conservadores lideram o IPD. Entre os presidenciáveis, de olho na eleição de 2022, a liderança, com ampla folga, é do presidente Jair Bolsonaro. Ele está muito acima dos demais nomes, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o apresentador Luciano Huck, que vêm em segundo e terceiro lugares. Bolsonaro foi a única figura no grupo que, desde janeiro, mantém alta a mobilização e engajamento em torno de si, e conseguiu ainda aumentar a fama, sendo estes três dos cinco indicadores que compõem o IPD.


Entre os governadores, destaca-se Wilson Witzel, do Rio de Janeiro, notando-se a queda ocorrida com João Dória, que passou do primeiro para o sétimo lugar entre janeiro e setembro deste ano. Marcelo Crivella, prefeito do Rio de Janeiro, está na primeira classificação entre os prefeitos, em processo de crescimento: passou da décima colocação à liderança em nove meses.


Chama a atenção que o IPD não corresponde à aprovação dos governos conforme as pesquisas de opinião realizadas por diversos institutos. O presidente Jair Bolsonaro teve queda na sua avaliação positiva, e tanto Witzel como Crivella não têm a aprovação plena dos eleitores. Fica, pois, evidente que as redes sociais, embora com grande influência e crescente poder na sociedade, são redutos de grupos organizados, autênticas bolhas que reúnem apoiadores convictos.


A estratégia que rende melhores frutos nas redes sociais não está ligada à política ou à racionalidade. Ao contrário, trata-se de alimentar a defesa de teses e opiniões radicais capazes de empolgar grupos e setores que se encarregam de propagá-las com entusiasmo e vigor. É preciso ainda destacar que parte desse apoio pode ser artificial, ou seja, criado e ampliado a partir de robôs e de "milícias digitais" que se encarregam de multiplicar as mensagens e postagens.


O presidente Jair Bolsonaro tem dado grande importância às redes sociais, com uso constante do Twitter para veicular suas opiniões. É exagerado, porém, atribuir a elas o controle da opinião pública e considerar que as redes têm o poder de definir eleições. A dissonância entre o IPD e as pesquisas de avaliação de governo traduz bem essa realidade, e deve merecer a atenção de todos. Não há dúvida que as redes cresceram e se tornaram importantes veículos de comunicação entre as pessoas, mas não detêm o poder absoluto e único de influência sobre a sociedade.


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