Poda de árvores em Santos

Elevado número de queixas evidencia que há problemas na área

Por: Da Redação  -  26/01/20  -  10:53
Atualizado em 26/01/20 - 11:04

Em 2019, houve 4.377 reclamações sobre árvores na Ouvidoria de Santos. O tema recebeu o maior número de registros, embora tenha ocorrido elevação expressiva das queixas quanto ao atendimento de saúde, que passaram de 2.140 ocorrências em 2018 para 4.249 no ano passado, salto de 98,5%. Notou-se ainda que as reclamações em geral cresceram - o aumento foi de 32% - evidenciando ampliação dos canais de contato e ações nos bairros, onde a Ouvidoria se desloca de modo permanente.


O elevado número de queixas sobre árvores evidencia que há problemas na área. A população cobra mais eficiência na remoção, poda e plantio de espécies no município, e as reclamações que chegam em grande número à Ouvidoria demonstram que os serviços não são prestados de maneira satisfatória, e demoram muito para ser realizados.


A prefeitura anuncia mudanças na área. Tendo firmado novo contrato para a poda de árvores com uma empresa privada, a Verdam, as equipes responsáveis pelo serviço serão aumentadas de três para cinco, e haverá agora a utilização de um tomógrafo por impulso, aparelho capaz de avaliar a saúde das plantas existentes na cidade.


Santos é cidade com ruas e avenidas arborizadas, com várias espécies plantadas. Tem um magnífico jardim ao longo da orla, que é considerado, pelo Guiness Book, como o maior do mundo, com 5.335 metros de extensão e largura entre 45 e 50 metros, com cerca de 920 canteiros de plantas e mais de 1.700 árvores e palmeiras.


Manter esse conjunto é tarefa difícil, que exige atenção das autoridades. A questão exige prioridade e é positivo que novo contrato para a realização das podas tenha sido firmado. Na cidade de São Paulo, foi sancionada na última semana, pelo prefeito Bruno Covas, lei que permite que moradores possam contratar diretamente empresas para podas ou cortes de árvores em suas casas ou nas calçadas dos imóveis onde moram. Isso não se aplica, porém, a espaços públicos, como praças e parques.


A proposta visa agilizar os serviços. Há exigências para a contratação das firmas, que deverão ter responsáveis técnicos (engenheiro agrônomo, florestal ou biólogo), e será necessário apresentar laudo à subprefeitura local, com dez dias de antecedência ao serviço. Não há dúvida que a nova lei agilizará as podas, mas existem preocupações quanto ao mau uso por interesses particulares e avessos à coletividade. Poderá haver podas excessivas e irregulares, mas, se isso ocorrer, os profissionais serão responsabilizados judicialmente.


A experiência paulistana merece ser acompanhada e observada. Diante da alta demanda e das limitações do poder público, pode ser alternativa para que o cuidado com as árvores, essencial para a saúde pública e a qualidade de vida da população, possa ser aprimorado.


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