Perfil do santista

Não há dúvida que Santos vem assumindo o perfil de cidades europeias, em que o crescimento populacional é pequeno e aumenta, a cada ano, o contingente de idosos entre os moradores

Por: Da Redação  -  28/01/20  -  08:39
Atualizado em 28/01/20 - 08:49

O perfil demográfico da população de Santos vem se alterando nos últimos anos. Dados da Fundação Seade, órgão do governo estadual, mostram que, na comparação com o Estado de São Paulo, a expectativa de vida é maior (76,75 anos contra 76,14 anos), e a cidade concentra população mais idosa. A idade média da população santista é de 40,19 anos, quase quatro anos mais do que a média estadual (36,26 anos), e 16,1% dos habitantes do município têm mais de 65 anos (contra 10,34% no Estado).


Em 1980, há quarenta anos, o quadro era bem diferente. Segundo o Censo do IBGE realizado naquele ano, os idosos (com mais de 65 anos) correspondiam a apenas 6,2% da população, enquanto os jovens de até 14 anos eram 26,8% do total (esse percentual reduziu-se agora a 16,3%).


Outros pontos importantes da demografia santista são o predomínio das mulheres na população (elas são 54% dos habitantes da cidade; no Estado, são 51,3%), consequência da maior longevidade (as mulheres vivem mais do que os homens), e a taxa de crescimento das pessoas que vivem na cidade (0,22% entre 2010 e 2020) é bem menor do que a do Estado (0,8%).


Não há dúvida que Santos vem assumindo o perfil de cidades europeias, em que o crescimento populacional é pequeno (e até negativo, em várias delas) e aumenta, a cada ano, o contingente de idosos entre os moradores. Essa realidade impõe desafios às políticas públicas e ao planejamento dos serviços que são oferecidos à população. Cada vez serão maiores as demandas na área da saúde, tendo em vista o envelhecimento, mas os problemas vão além: é preciso assegurar boas condições de vida a essas pessoas, com emprego, lazer, cultura e entretenimento a elas.


Quando são analisados os dados relativos à escolaridade e renda da população santista, com base nas informações do último Censo realizado em 2010, nota-se também que o perfil local médio é distinto da média do País e do Estado. Enquanto, em São Paulo, a população de 25 anos ou mais com ensino superior completo era 15,1% do total, em Santos esse percentual era quase o dobro: 27,2%.


Da mesma forma, a renda per capita média, em reais atuais, era de R$ 1.364,92 mensais em 2010, bem superior aos R$ 853,75 do Estado de São Paulo. Isso, é evidente, não significa que não existam bolsões de pobreza e miséria, uma vez que há desigualdade na distribuição da renda, mas revela o perfil médio diferenciado na cidade.


O futuro indica que o crescimento populacional em Santos deverá ser pequeno, com estabilidade demográfica em pouco tempo. Os moradores serão, proporcionalmente, mais velhos, mas com escolaridade maior e renda média superior ao de outras regiões. Santos, entretanto, está inserida em uma região metropolitana, e nela o quadro é outro. Essa integração será, portanto, decisiva nos próximos anos.


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