Os terminais que serão implantados no Porto de Santos nos próximos dez anos e as melhorias programadas para os acessos e as atuais instalações do complexo marítimo neste período vão gerar investimentos avaliados em R$ 9,657 bilhões e mais de 58 mil postos de trabalho, entre diretos, indiretos e efeito-renda.
Considerando apenas os diretos e mais permanentes, serão 2.392 empregos. Se este cenário se confirmar, e segundo a Autoridade Portuária de Santos (APS), há condições plenas para isso, esta é uma valiosa oportunidade para a Baixada Santista e seus profissionais. Mas trata-se de uma oportunidade que a região tem de se preparar para aproveitar.
Esses dados foram divulgados pela APS na semana passada e integram os estudos do novo Plano de Desenvolvimento e Zoneamento (PDZ) do Porto de Santos, atualmente em análise, para aprovação, no Ministério da Infraestrutura.
O PDZ estabelece as estratégias para o desenvolvimento e a otimiza-ção da utilização das áreas e instalações de um porto, em um determinado período, sempre visando atender à demanda de seus clientes.
O levantamento realizado sobre o complexo santista considerou exatamente o crescimento previsto de suas cargas e as medidas necessárias para garantir o escoamento dessas mercadorias. Entre tais iniciativas, estão inclusive processos licitatórios já iniciados, como os dos dois novos terminais de celulose, que serão leiloados no próximo semestre, e das duas novas instalações de granéis líquidos, que serão implantadas na Alemoa e foram debatidas pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) com o mercado em uma audiência pública também na semana passada.
Foi considerando esses processos já iniciados e as projeções de crescimento das cadeias de negócios que utilizam o cais santista que, em entrevista a A Tribuna, o presidente da APS, Fernando Biral, apresentou como certas a realização dos investimentos e a geração de empregos apontados no plano. E destacou que, como esses postos de trabalho devem ser abertos nos próximos anos, a Baixada Santista tem tempo de preparar seus profissionais para aproveitá-los. As vagas relacionadas à operação dos novos terminais, por exemplo, devem ser abertas a partir de 2023.
É neste ambiente que se mostra essencial a parceria entre a APS, as autoridades municipais da Baixada Santista e as instituições de Ensino Superior regionais, a fim de avaliar quais serão as demandas do mercado de trabalho logístico-portuário nos próximos dez anos e qualificar os profissionais locais para atendê-las.
Cada vez mais o setor portuário irá trabalhar com processos automatizados e sistemas digitais. E a busca por inovações tecnológicas será uma constante. Executivos, técnicos e demais trabalhadores devem estar prontos para aproveitar o melhor deste admirável mundo novo. Ou correm o risco de ficar à margem e chorar a oportunidade perdida.