Oportunidades na Terceira Idade

Estudos indicam uma imensa dificuldade dos mais velhos de conseguirem trabalho perto da aposentadoria ou já nessa faixa etária

Por: Da Redação  -  04/07/19  -  20:20

Simultaneamente às conquistas da Medicina e aos avanços da tecnologia, a longevidade não só aumentou, como a qualidade de vida dos idosos também melhorou, tema discutido na terça-feira (2) no Região em Pauta, fórum de debates de A Tribuna. Porém, em um país de desigualdades como o Brasil, é preciso adaptar o mercado de trabalho a uma mão de obra madura, assim como os sistemas de saúde e o educacional. Ou ainda garantir habitações adequadas, menores e próximas a serviços para esse público.


Ao mesmo tempo em que se deve dar melhores condições gerais a quem sai do mercado após trabalhar a vida inteira, também é fundamental entender que uma parcela considerável da sociedade acaba optando por se manter na ativa - por necessidade ou por opção pessoal. Portanto, as iniciativas de inclusão se tornaram essenciais e muito mais profundas.


Estudos indicam uma imensa dificuldade dos mais velhos de conseguirem trabalho perto da aposentadoria ou já nessa faixa etária. Principalmente em época de muito desemprego e corte de custos nas empresas, que oferecem baixos salários devido ao excedente de mão de obra.


No Brasil, há muita exclusão simultaneamente à realidade de privilegiados. Justo no auge da experiência e da maturidade, milhares deixam o mercado - obrigados pela falta de empregos para essa faixa etária ou por um sistema de aposentadoria mais generoso para algumas classes sociais e funções específicas. Independentemente dos motivos, essa bagagem não pode ser desperdiçada.


Entretanto, o rombo da Previdência, que depende de uma reforma profunda que ainda não está garantida, indica que os trabalhadores terão que permanecer na ativa por tempos de contribuição cada vez mais amplos, pois a aposentadoria por idade mínima é um benefício em extinção. Mas, é preciso que existam empregos para os mais velhos e, o que é mais desafiante, em plena revolução tecnológica que deverá acabar com muitas ocupações tradicionais.


Se a população vive muito mais, é necessário que o sistema de saúde esteja preparado não só para tratar doentes, mas para fornecer atenção preventiva, com estímulo à prática de atividades físicas. O ensino também tem um público numeroso a atender. Considerando apenas a parcela que pretende continuar trabalhando, essas pessoas dependerão do conhecimento de novas ferramentas exigidas pelas mudanças tecnológicas, um filão imenso para as redes privadas de ensino.


Enfim, entrou-se numa era em que há uma Terceira Idade ainda em condições de trabalhar e com uma vida ativa e outra com as dificuldades da saúde delicada, lembrando que persiste uma parte empobrecida do País com péssimas condições de vida. São realidades diferentes que precisam ser contempladas ao mesmo tempo.


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