O movimento Inova - Região Metropolitana da Baixada Santista (novo nome que foi dado ao Baixada Viva) já está trabalhando para apresentar ideias, projetos e programas que possam proporcionar a retomada do desenvolvimento econômico da região. O lançamento oficial do movimento, realizado no Teatro do Sesc, na última terça-feira (20), reuniu mais de 700 pessoas, indicando substancial apoio à iniciativa.
A primeira etapa do trabalho consiste em diagnóstico da situação das nove cidades da Baixada Santista, envolvendo os seguintes temas: turismo; logística e transportes; siderurgia; construção civil e mercado imobiliário; química, petroquímica e fertilizantes; e economia criativa. Ele será realizado pelo conjunto das faculdades, universidades e instituições técnicas de ensino, com prazo de três meses para apresentar resultados.
Realizar este trabalho em tão pouco tempo é grande desafio. Ele consiste em levantar dados e informações referentes a cada um dos temas, e organizá-los e sistematizá-los para permitir análises e conclusões. Mas, sem dúvida, é o necessário ponto de partida: para que surjam propostas concretas de desenvolvimento regional, é necessário baseá-las em números e evidências, para que não representem apenas vagas declarações de intenção de mudanças.
Fica, porém, evidente que falta, à região, um trabalho sistemático e permanente de acompanhamento da realidade social e econômica. Dados existem: órgãos como IBGE e Fundação Seade publicam informações periodicamente, e há as informações setoriais (mercado imobiliário, indústria, comércio varejista, entre outros), além de pesquisas e estudos realizados por diferentes instituições. As Prefeituras são também importante fonte de informação, na medida em que seus dados – aprovação de projetos imobiliários, número de alunos na rede pública, atendimento de saúde – são compilados regularmente.
Falta realizar a organização desse material, que precisa ser feita de modo contínuo, de maneira a permitir que sejam feitas análises e prospecções a partir dele. Será muito valioso o trabalho que as instituições de ensino superior pretendem realizar agora, no âmbito do Inova, mas é preciso mantê-lo e ampliá-lo no futuro. Nesse sentido, a organização de um Observatório Regional é fundamental, e todos devem empenhar-se na sua constituição.
Ele pode ter origem nas universidades e faculdades, tornando o atual projeto permanente, mas precisa receber o necessário apoio público. Como a proposta é fortalecer e afirmar a Região Metropolitana da Baixada Santista, nada mais natural que a Agem, que é a Agência Metropolitana Regional, assuma a responsabilidade de realizar essa tarefa. Dela, em última análise, depende a retomada – e principalmente a continuidade – do desenvolvimento econômico da região.