O protagonista da Previdência

Atuação do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, foi fundamental para a aprovação do projeto

Por: Da Redação  -  13/07/19  -  20:07

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), se configurou como o protagonista da reforma da Previdência. Em meio a Jair Bolsonaro, que em vários momentos não mediu palavras que acirrassem os ânimos e acenou para categorias em detrimento de outras, lá estava o parlamentar com a missão de ter uma proposta razoável o suficiente para ser aprovada. Na quarta-feira, em primeira sessão, com o placar de 379 a 131, Maia costurou o massacre da oposição. Não conseguiu atingir nesta sexta-feira (12) a meta de votar o segundo turno, mas sua vitória parcial é incontestável.


Se não fosse a decisão de Maia de trazer para si o compromisso de dar andamento à reforma, talvez o tema não tivesse sobrevivido por muito tempo. Isso porque o Governo Bolsonaro se revelou fraco na articulação política. Pelo contrário, uma guerra interna quase engessou o governo que, assim, dispensou a oposição de trabalhar. O Palácio do Planalto pouco realizou até agora. Já a pauta de costumes não saiu do papel. Aliás, não é prioritária, não aglutina apoios e não tem efeito prático para tirar o País da estagnação. Porém, não se deve esquecer que Bolsonaro tem o mérito de defender a reforma e se apoiar nela como trunfo político.


A reforma da Previdência, sim, tem condições de fazer o Brasil retomar a confiança. Portanto, Maia acertou ao decidir mergulhar de corpo e alma nas negociações com o governo e o volátil centrão. O presidente da Câmara engoliu provocações, quando Bolsonaro acusou o Parlamento pela “velha política” e foi alvo da guerrilha das mídias sociais. Mas o parlamentar desarmou esse conflito. Foi firme ao reagir aos ataques e detonou um movimento para retomar a independência do Poder Legislativo. Deve-se ser justo com Bolsonaro, que não investiu na farra da distribuição de cargos, apesar de nomeações. Isso deixou o Parlamento apto a agir. 


Parece que a pressão bolsonarista acordou a casa, que anda trabalhando mais do que de costume. No mesmo dia em que desabou na emoção, na quarta, Maia instalou a primeira comissão da reforma tributária. Também ganhou fôlego o colegiado que avaliou a medida provisória da Liberdade Econômica, conjunto de microiniciativas que desburocratizam o dia a dia das empresas e do trabalhador. A proposta já está pronta para ir a plenário. 


Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo e publicada por A Tribuna nesta sexta-feira (12), Maia deixa entender que não há simpatia do presidente com ele e vice-versa, mas que a relação caminha para o razoável. Não são afagos que vão tirar o Brasil dessa paralisia e se espera que mais políticos trabalhem duro como o presidente da Câmara. E não como os governadores, em especial os do Nordeste, que boicotaram a reforma por uma visão eleitoreira. Resta saber com que afinco estes trabalharão para resolver suas insolvências financeiras.


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