O futuro do trabalho

As empresas vão precisar, cada vez mais, de profissionais que dominem a tecnologia e as ferramentas digitais

Por: Da Redação  -  10/11/20  -  10:24

Estudo divulgado na última semana pela multinacional de tecnologia Cognizant aponta 21 profissões ditas do futuro, aquelas que devem ganhar força nos próximos anos e se consolidar como prioritárias pelas empresas, aquelas com maiores salários e alta competitividade. Há dois anos a empresa americana edita essa lista e traz as principais tendências até 2028.


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Algumas ocupações citadas no estudo em 2018 já fazem parte da realidade corporativa. É o caso do investigador de dados, aquele profissional que procura, processa e analisa informações deixadas por pessoas, empresas e governos na internet e que, transformadas em dados, representam potencial ferramenta para várias atividades: da criação de novos produtos à melhor abordagem para vendê-los.


O relatório deste ano aponta para profissões que, hoje, transitam no campo da bizarrice, como alfaite digital, que munido de um sistema digital, vai à casa do usuário para pegar suas medidas e fazer ajustes em roupas compradas pela web. Tem, ainda, o controlador de tráfego autônomo, que vai gerenciar o tráfego de veículos autônomos e de drones. Do relatório consta ainda o analista de cidades cibernéticas, que deverá trabalhar com informações que incluam dados dos cidadãos e dos recursos dos municípios.


Mais que entender essas novas funções a partir de um desenho do que será o futuro, é preciso interpretar o tamanho do desafio para governos e toda a sociedade. No Brasil, o nível de desemprego bateu na casa dos 14,4%, índice acelerado em função da pandemia, mas que dificilmente cairá de forma substantiva mesmo com a chegada da vacina.


A julgar pela tendência que se verifica nas últimas duas décadas, boa parte das novas profissões está fortemente ligada às áreas de tecnologia e inovação, segmentos que também ficaram em evidência durante a pandemia, com atividades remotas tanto no universo corporativo como nas aulas remotas de escolas e universidades. Se esse universo esteve distante de boa parte das famílias durante a pandemia, é possível imaginar quão desafiador será inseri-las em novos contextos profissionais para uma sociedade cada vez mais automatizada, tecnologizada.


O mundo descobriu ferramentas eficientes e inovadoras para tarefas antes realizadas por pessoas, e esse é um caminho sem volta já a partir de agora. Se assim é, torna-se mais cristalino o cenário que está por vir nos próximos anos, em que serão necessários mais profissionais que dominem o universo da internet, os aplicativos e ferramentas da realidade aumentada.


O relatório da consultoria americana não é um exercício de ficção científica, é apenas um norte do que será o mundo em muito pouco tempo. Assusta em alguma medida, sim, mas é um bom indicativo de por onde a sociedade deve começar seu planejamento a partir de agora, caso não queira contabilizar, ano após ano, multidões de desempregados.


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