O desafio do emprego

Os mais pobres ficam sujeitos às ocupações que devem desaparecer e ao desemprego estrutural em massa

Por: Da Redação  -  02/02/21  -  09:00

A acelerada digitalização da economia, com inserção da tecnologia na atividade produtiva e nos serviços, impõe uma forte transformação no trabalho. Enquanto muitas ocupações se tornam obsoletas ou seus mercados encolhem drasticamente, outras exigem domínio de novas ferramentas. Por isso, é fundamental que os governos preparem os meios de ensino para a capacitação dos trabalhadores já em exercício para uma fase de transição para o digital e que os mais jovens estejam aptos para as profissões da modernidade.


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Segundo especialistas em educação, se um jovem perguntar qual carreira ele deve seguir, a resposta provável será tecnologia da informação (TI). Está é uma área tão dinâmica que se o trabalhador de TI não se capacitar constantemente, ele próprio ficará sem mercado. Mesmo assim, até esse profissional não está protegido da morte prematura de seu nicho de trabalho, porque a robotização se torna cada vez mais ampla. Ela atinge não só funções repetitivas e de menor complexidade, mas em pouco tempo ganha mais terrenos. Assim, os países estarão perante uma realidade dramática, que é a baixa necessidade de mão de obra. Prevê-se que milhões de profissionais perderão suas funções ao mesmo tempo em que as novas carreiras geradas pela economia mais dígital não darão conta de suportar esse excedente.


Se a pandemia expôs as limitações que o ser humano tem perante a natureza, ela mostrou horizontes mais amplos nos quais o digital pode ser inserido na economia e nas relações sociais. O home office, o ensino a distância e os deliveries são a parte mais aparente dessas mudanças abruptas, mas a TI e muita robotização já são empregadas na busca pela eficiência no chão de fábrica, no comércio e nos serviços terceirizados. Mudança profunda no varejo esteve bem clara durante a Black Friday e o Natal. As lojas físicas não ficaram cheias como antes, resultado das restrições às aglomerações, o que foi aproveitado pelo e-commerce, no qual os galpões monótonos abarrotados de mercadorias substituem o burburinho das lojas. Enquanto no varejo físico a função de vendedor é estratégica para fazer o consumidor gastar, no digital o controle de estoques e a funcionalidade da plataforma de vendas são fundamentais. Esta comparação mostra como a necessidade de mão de obra é menor no digital, que também precisa passar por uma constante capacitação de base tecnológica.


A dúvida que fica é se a área do ensino está preparada para essa mudança ou se ela vai reagir conforme as necessidades apareçam, o que impõe ineficiência do País perante economias mais adiantadas. Devido às falhas da educação pública, os mais pobres ficam condenados às funções de baixa remuneração e que devem desaparecer, o que equivale a desemprego estrutural em massa. Infelizmente os governos não se mexem e o Ministério da Educação não apresenta uma política consistente pelo menos para a área profissionalizante.


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