Novos compromissos

Petrobras e Vale se comprometeram com áreas ambiental, social e de governança corporativa

Por: Da Redação  -  15/12/19  -  18:49

É positiva a notícia que duas das maiores empresas brasileiras - Petrobras e Vale - se comprometeram, em reuniões com investidores em Wall Street e Londres, a assumir compromissos nas áreas ambiental, social e de governança corporativa. Trata-se de importante mudança de comportamento, que reflete a nova realidade internacional, na qual as companhias incluem em suas agendas temas que vão além de questões específicas de qualidade e excelência nas suas atividades.


O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, apresentou aos investidores dez compromissos com a sustentabilidade, incluindo o crescimento zero das emissões de carbono até 2025 e a redução de 30% na captação de água doce da empresa no mesmo período. A Vale, pressionada pela tragédia de Brumadinho, também reforçou sua decisão de reduzir riscos e assumiu responsabilidades sociais, ambientais e de governança.


A tendência global do mundo corporativo é assumir compromissos nessas áreas. Elas estão cada vez mais integradas ao cotidiano empresarial e são reconhecidas como positivas para a realização dos negócios. Não há incompatibilidade com o retorno financeiro; ao contrário, essa nova visão promove oportunidades e competências, maximizando resultados.


Os temas ambientais e sociais são reconhecidos como fundamentais no século 21. Não há futuro para empresas que não tenham, na sua pauta de ações, compromissos com a redução dos efeitos da mudança climática, ou que não se articulem de modo adequado com a comunidade e a sociedade, contribuindo para a solução de graves problemas sociais.


Cresce a atenção quanto à governança corporativa. Trata-se de conceito novo, que remete a regulamentos e práticas que favorecem a transparência, a maior articulação entre os vários níveis e departamentos das empresas e que promovam a participação ampliada nas decisões. As companhias abertas em bolsa têm se aproximado mais desse modelo, tendo em vista o grande número de acionistas que pressionam por esse modelo, mas também as fechadas devem assumir compromissos nesse sentido.


No caso da Petrobras, as mudanças em sua estrutura de governança foram decisivas após os escândalos de corrupção recentes. E não há dúvida que as novas posturas da Vale e da Petrobras terão consequências no mercado brasileiro, uma vez que influenciarão as demais empresas a reconhecer que boas práticas ambientais, sociais e de governança geram valor ao longo do tempo, trazendo retorno financeiro mais alto no médio prazo para aquelas que aderem ao modelo.


A evolução no mundo é impressiona<CW15>nte. Em 2006, quando foram lançados os Princípios de Investimento Responsável, 63 empresas de investimento com US$ 6,5 trilhões em ativos sob gestão aderiram a eles; em 2018, esse número cresceu para 1.715 firmas, representando</CW> US$ 81,7 trilhões.


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