Novas energias nas cidades

Os prefeitos podem estimular suas cidades impondo metas de implantação de novas energias

Por: Da Redação  -  26/11/20  -  22:12

Períodos de mudanças tecnológicas propiciam redução de custos com aumento de produtividade e geração de bens e serviços em escala acima do convencional. Por isso, os novos prefeitos deveriam inaugurar seus governos voltados ao estímulo de matrizes energéticas inovadoras. Em especial, a eólica, a solar e a do gás natural, além da eletricidade para veículos. São segmentos que dependem de pesquisa e muita inovação, formação de mão de obra e de crédito para investimentos de risco. Não se deve esquecer ainda da produção de equipamentos, hoje altamente concentrada na China e Alemanha no campo da revolução da energia.


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Na edição de ontem, A Tribuna trouxe experiências da região com painéis solares. O impacto mais comemorado pelo usuário é o da conta de luz, que caiu 95% no caso do condomínio do Edifício Rubiácea, no Centro de Santos, ou foi até zerada em outras imóveis. O ganho coletivo se concentra na geração limpa de energia e no baixo custo – o valor investido nos painéis, nas situações retratadas na reportagem, é recuperado em média em três anos. Daí a necessidade de crédito para estimular o uso pelas pessoas físicas.


Entretanto, a transição das matrizes tradicionais, como a do petróleo ou mesmo da hidreletricidade (esta última é limpa, mas impõe impactos no alagamento de florestas, terras indígenas e comunidades rurais) para a do gás natural tem custos elevados. Esse insumo é bem menos poluente que o petróleo e tem a vantagem de ser abundante no Litoral Paulista, assim como pode ser facilmente transportado ao maior mercado consumidor do Hemisfério Sul – São Paulo e seu entorno. O problema é convencer as indústrias e os consumidores habituados com as matrizes atuais a experimentarem as novas. O receio da mudança se dá com uma possível deficiência no abastecimento, pois há necessidade de grandes investimentos na infraestrutura antes das concessionárias atingiram alto grau de operação e geração de receita. Por outro lado, os grandes consumidores, que são as indústrias, precisam gastar com a troca de equipamentos para migrarem da matriz antiga.


Para fazer girar a engrenagem das novas matrizes pode ser necessária uma gestão centralizada, pelo menos no início, que recai sobre o governo como autoridade reguladora e, em caso excepcional, como investidor ou fonte de crédito. As dificuldades são imensas, mas é por meio delas que as oportunidades de negócios nascem e se multiplicam. Foi assim na transição tecnológica entre os séculos 19 e 20, com a ascensão do petróleo e da eletricidade. Agora, o Brasil precisa aproveitar as mudanças como produtor de equipamentos e serviços e não só como usuário. Os prefeitos podem estimular suas cidades impondo metas de implantação de novas energias, gerando ganhos ambientais, mas também estimulando a chegada de empresas inovadoras e a criação de empregos das novas carreiras.


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