Aproxima-se a nova temporada de cruzeiros marítimos na costa brasileira, que será iniciada no final de novembro, terminando em abril de 2020. Neste ano, sete embarcações farão viagens pelo País (no ano passado foram seis navios), e a expectativa é que o número de passageiros chegue a 490 mil, 6% a mais do que na última temporada. Se isso se confirmar, será o terceiro ano consecutivo de crescimento da indústria de cruzeiros no Brasil.
O movimento está ainda muito abaixo dos recordes registrados no início da década. Na temporada 2010/2011 houve cerca de 800 mil passageiros, que realizaram suas viagens em 20 navios (em 2009/2010 foram 18 embarcações). A partir de 2012, entretanto, houve queda acentuada, agravada pela crise econômica iniciada em 2014. A quantidade total de pessoas que embarcaram nos cruzeiros foi reduzida, em 2016/2017, para 358 mil, evidenciando a queda de mais de 50% nos passageiros.
O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, em entrevista recente, declarou que seus planos são aumentar para 40 o número de embarcações na costa brasileira em 2022. Embora o setor considere esse número muito ambicioso, não há dúvida que há espaço para crescimento, especialmente entre pessoas que nunca fizeram um cruzeiro, já que no ano passado, segundo a Associação Internacional de Cruzeiros (Clia), 52% eram estreantes em viagens deste tipo.
A temporada 2019/2020 será pouco mais longa que a anterior (928 dias, contra 841 dias no País), e os navios que operarão na costa brasileira são embarcações de grande porte, uma delas com capacidade para 4.300 pessoas. A empresa MSC anuncia para 2020/2021 a embarcação Grandiosa, com capacidade para 6.200 passageiros, que fará sua viagem inaugural em novembro, na Alemanha.
Santos é o principal porto de embarque no País. O crescimento dos cruzeiros é positivo para a cidade e região, na medida em que faz crescer as atividades em alguns setores, notadamente aqueles ligados ao Terminal de Passageiros Giusfredo Santini. Mas o potencial turístico das temporadas de cruzeiros está longe de ser explorado. A cidade é, na maioria dos casos, apenas o porto de embarque e desembarque, com passageiros se dirigindo diretamente ao terminal.
Apesar de Santos já possuir rede hoteleira bastante ampla, de alta qualidade, a hospedagem local, antes ou depois das viagens, é reduzida. É preciso, portanto, buscar atrair os visitantes para que permaneçam na cidade, hospedem-se nos hotéis, frequentem bares e restaurantes, e conheçam os pontos turísticos regionais. Isso exige planejamento, ação e um trabalho efetivo de divulgação e propaganda, que precisa envolver o setor público e as empresas que podem se beneficiar deste movimento, com ganhos importantes para o desenvolvimento econômico regional.
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