Museu Pelé e Santos FC

Ponto turístico passou por problemas estruturais recentemente

Por: Da Redação  -  10/05/19  -  12:46
A Prefeitura de Santos, por meio de sua Procuradoria Geral, analisa os termos do contrato para que o Santos FC passe a gerir, em parceria com a municipalidade, o Museu Pelé, localizado no Valongo. O documento, contendo a proposta do clube, foi entregue pelo presidente José Carlos Peres ao prefeito Paulo Alexandre Barbosa, e espera-se que tudo esteja resolvido até o final de junho. A notícia é positiva, e pode significar nova etapa para o equipamento. 

Inaugurado em 2014, pouco antes do Campeonato Mundial de Futebol realizado no País, o Museu Pelé enfrentou dificuldades para viabilizar-se economicamente, tendo sido administrado inicialmente pela AMA Brasil, organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP), cujo contrato foi rescindido em 2016, passando, desde então, a ser gerido diretamente pela Prefeitura.

Há muitos problemas no Museu. Ele foi instalado em casarões construídos no século19, com 4.134m2 de área total, que foram sede da Câmara e Prefeitura de Santos, tombados em 1983. Recuperado, o conjunto passou a abrigar o Museu Pelé, com projeto que foi desenvolvido para essa finalidade. A conservação e manutenção dos prédios não têm sido, entretanto, realizada de maneira satisfatória, e há infiltrações em suas fachadas, sendo que em março último o museu ficou fechado por quatro dias devido ao descolamento de reboco de uma parede, com queda de parte do teto onde ficam expostas peças do equipamento.

Há atualmente problemas, não resolvidos, no telhado dos edifícios. As tentativas de estabelecer parceria com empresas especializadas no setor não foram adiante. A última delas, com a firma argentina Museos Desportivos, reconhecida por trabalhos na área de museologia em clubes como Boca Juniors, River Plate, Benfica, em Portugal, e Juventus, na Itália, fracassou em 2017. 

As atenções se voltam agora para o Santos FC. A ideia é interessante, uma vez que o clube e Pelé têm relação íntima e histórica, e essa sinergia pode representar novas perspectivas para o Museu. Isso não será suficiente, porém. Há enorme desafio para atrair público e viabilizar financeiramente o equipamento. Será necessário renovar e ampliar a área de exposição, e isso exige investimentos significativos.

Interessa à Cidade e à região que o projeto seja um êxito. O Museu Pelé tem potencial para tornar-se atração internacional, embora nunca tenha se concretizado como tal. Para que o empreendimento seja bem-sucedido, será preciso promover mudanças importantes no equipamento, e principalmente realizar gestão profissional, capaz de reverter a atual situação. O interesse pelo futebol e a paixão pelo Rei Pelé são dois elementos que ajudam, mas é necessário demonstrar que o Museu é viável, contribuindo para desenvolver o turismo e a economia regional. 

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