Pesquisa do Instituto Datafolha mostrou que 72% dos brasileiros estão bem informados sobre o coronavírus (24% mais ou menos informados), e que há sentimento de medo entre a população (36% responderam ter muito medo; 38% um pouco de medo). Há aprovação em relação às medidas de contenção, como a suspensão de aulas (92%), interrupção de campeonatos de futebol (91%), e também quanto ao isolamento temporário em casa, embora com percentual um pouco menor (73%).
Assunto predominante na mídia e nas redes sociais, o combate ao coronavírus afeta todos os brasileiros. A pesquisa mostrou também que quase todos estão tomando atitudes para evitar ser infectados. Em resposta múltipla (entrevistados podiam apontar várias possibilidades), 97% disseram, de modo geral, que estão agindo para evitar o contágio da Covid-19. Mais especificamente, em respostas espontâneas, 63% responderam que lavam mãos, rosto, nariz; 59% estão evitando sair de casa; 46% utilizam o álcool em gel; 25% evitam aglomerações.
Embora haja pequeno número de pessoas indiferentes e que não têm seguido as recomendações das autoridades, como uma praticante de stand up paddle em Guarujá detida por guardas municipais há uma semana ao entrar no mar com sua prancha, não há dúvida que a imensa maioria está observando e cumprindo as regras. Basta notar que as cidades estão vazias, sem circulação de pessoas nas ruas.
Costuma-se dizer que o brasileiro é muito sociável – faz amizades e relaciona-se facilmente com os outros – e pouco solidário, não se preocupando com as questões coletivas. Não há evidências disso, porém. Quando houve a crise de energia elétrica em 2001, ela foi contornada com adesão maciça da população ao racionamento, que evitou a ocorrência de “apagões” generalizados.
88% dos brasileiros veem a pandemia com gravidade, e isso tem feito com que as pessoas aceitem e busquem formas de se adequar à realidade atual, ainda que ela traga contratempos e dificuldades. A criatividade tem sido grande, e todos vêm buscando formas alternativas de prosseguir com suas rotinas diárias.
O comércio on-line teve grande expansão, com as entregas em domicílio, o home office é praticado em larga escala, indicando que poderá ser adotado mesmo depois da crise, com grandes vantagens para a mobilidade urbana, e nas universidades professores vêm se esforçando para manter o ritmo das aulas, com iniciativas criativas que combinam o ensino a distância (com textos, imagens e vídeos) com contato direto com estudantes por meio de aplicativos de som e imagem, que permitem o diálogo efetivo entre eles e professores.
A crise será superada com o esforço de todos, demonstrando que é possível, mesmo em situações graves, enfrentar problemas com mudança de hábitos e na busca de experiências que irão perdurar.
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