Mobilidade urbana

O transporte coletivo regional apresenta muitas deficiências, fazendo com que os usuários percam tempo em longas e cansativas viagens

Por: Da Redação  -  10/04/19  -  19:58

Um dos mais sérios problemas da Baixada Santista diz respeito à mobilidade urbana entre os vários municípios da região. Milhares de pessoas deslocam-se diariamente entre as várias cidades, principalmente para o Centro, uma vez que Santos concentra a maior parte dos empregos e serviços, constituindo-se em polo de atração. Os fluxos, entretanto, acontecem entre outros municípios, como Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe.


O transporte coletivo regional apresenta muitas deficiências, fazendo com que os usuários percam tempo em longas e cansativas viagens, muitas delas atravessando áreas centrais de algumas cidades. É o caso daqueles que se deslocam do Litoral Sul e Praia Grande a Santos, que em seus percursos diários em ônibus são forçados a cruzar ruas e avenidas congestionadas de São Vicente. O drama daqueles que se deslocam, para estudo e trabalho, entre Guarujá e Santos, é outro exemplo das dificuldades cotidianas que também atingem milhares de pessoas.


Nesse panorama difícil, é muito positiva a notícia que a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) publicou edital para contratação do projeto funcional do BRT (Bus Rapid Transit, ou ônibus de trânsito rápido), correspondendo a uma linha de 30,4 quilômetros do Litoral Sul, passando pelo Bairro Caiçara, em Praia Grande, até chegar em São Vicente.


O BRT é solução para o transporte muito utilizada em todo o mundo. Substitui, com grandes vantagens, outros sistemas. A ideia é simples: trata-se de construir faixas exclusivas para a circulação dos ônibus, permitindo assim maior velocidade e eficiência no transporte. Seu custo de implantação é menor do que o metrô convencional, e também inferior ao do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). No caso de Praia Grande e dos municípios do Litoral Sul, é a alternativa ideal que, combinada com os outros sistemas existentes, poderá significar autêntica revolução na mobilidade urbana regional.


É importante que o projeto se concretize. Devem ainda ser consideradas as observações que fez o prefeito de Praia Grande, Alberto Mourão, sobre o traçado do BRT e sua integração com o VLT, cuja terceira etapa deveria ser estendida da Área Continental de São Vicente até o Terminal Rodoviário Tude Bastos. As críticas de Mourão são pertinentes: parece sem sentido o percurso entre Samaritá e Vila Caiçara, atravessando região de baixa densidade habitacional, sem que sejam atendidos moradores de bairros mais populosos, como Boqueirão e outros da região norte de Praia Grande.


Não há maiores detalhes sobre os projetos da EMTU para a mobilidade da Baixada Santista, que não apresentou seus planos até agora. Os esclarecimentos são necessários, cabendo ao órgão dialogar com os prefeitos, sem demora, para aperfeiçoar as ideias e, em seguida, concretizá-las.


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