Medidas regionais contra a pandemia

Entre as novas formas de evitar contágio estão fechamento do comércio e restrição de acesso à faixa de areia da praia

Por: Da Redação  -  21/03/20  -  11:56

O Comitê Metropolitano de Contingenciamento do coronavírus na Baixada Santista, que reúne as novas cidades da região, anunciou uma série de medidas para evitar o contágio da doença. Entre elas está o fechamento do comércio desde ontem, com abertura de serviços essenciais como supermercados e farmácias, bem como a restrição total de acesso à faixa da areia da praia.


Casas noturnas, academias e igrejas estão também fechadas, e há a recomendação que bares e restaurantes reduzam em 30% suas mesas e cadeiras, além de incentivar os serviços de entrega domiciliar (delivery). Ninguém poderá mais entrar em hotéis, pousadas e similares, cujas atividades estarão suspensas a partir de segunda-feira. Foi determinada ainda a restrição do funcionamento da Estação Rodoviária de Santos, observadas as exceções dos profissionais com serviços essenciais, como saúde e segurança.


No plano da saúde, houve a solicitação de mais leitos de UTI aos governos estadual e federal para várias cidades da região e a suspensão dos atendimentos de rotina agendados nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), com exceção de projetos estratégicos, como é o caso, por exemplo, do pré-natal para gestantes.


As medidas são fortes e restritivas, mas necessárias e justificadas. Os prefeitos da região cogitam restringir ainda mais o trânsito no Sistema Anchieta-Imigrantes para veículos de passeio, como forma de evitar a vinda e circulação de turistas, especialmente da capital, onde já há contaminação comunitária. Em paralelo, foi assegurado que não seria impedido o fluxo de caminhões e carretas, indispensável para o funcionamento do Porto e para o abastecimento da região.


O transporte coletivo continua operando, e é importante que isso prossiga, com cuidados quanto à superlotação e medidas de higiene frequentes. Muitos trabalhadores têm que se deslocar para que atividades essenciais continuem operando normalmente, e a interrupção do fluxo de ônibus, barcas ou VLT traria enormes problemas a todos. 


O acompanhamento da evolução da doença deve continuar, e novas medidas precisarão ser tomadas nos próximos dias. É hora também de se pensar na economia regional, que será, como em todo o País, seriamente afetada pela crise, cuja duração é ainda imprevisível. Nesse sentido, as prefeituras devem estudar ações práticas de isenção de tributos por determinado período para alguns setores, como é o caso do ISS para atividades turísticas e de lazer e entretenimento.


O agravamento da situação trará grandes dificuldades para empresas e para os indivíduos. Cabe ao Poder Público, em todos os níveis, agir para minimizar os efeitos negativos. Isso pode chegar até à redução (ou pelo menos o adiamento) da cobrança do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), que deve ser analisado pelas autoridades municipais.


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