Maus hábitos

Os dados são dos Estados Unidos, mas podem ser estendidos a outros países do mundo, incluindo o Brasil

Por: Da Redação  -  18/04/20  -  20:51

Os dados são dos Estados Unidos, mas podem ser estendidos a outros países do mundo, incluindo o Brasil. De acordo com a Nielsen, empresa que realiza pesquisas de mercado, com mais de 95% da população norte-americana sob medidas de confinamento social, o consumo de bebidas alcoólicas, massas, comidas enlatadas, fermento e até maconha (nos Estados em que o consumo é legal) aumentou de modo significativo, enquanto cresceu o período de sono das pessoas e despencou o de exercícios físicos.


A permanência forçada em casa, muitas vezes em ambientes restritos e confinados, como são os apartamentos em que vivem milhões de pessoas, agrava bastante a situação. Embora muitos tenham ocupações - o home office difundiu-se e exige, em muitos casos, dedicação e carga de trabalho ainda maior - é certo que há maior inatividade, principalmente entre jovens e idosos, privados do convívio social.


No caso dos EUA, as informações são preocupantes: o consumo de destilados, como o gim e a tequila, além de drinques pré-preparados, elevou se em 75%, vindo a seguir vinho, com 66%, e cervejas, com 42%. A venda on line de bebidas alcoólicas, serviço muito utilizado durante a atual quarentena, cresceu 243%.


O ritmo de movimentação dos norte-americanos caiu 39% na última semana de março em comparação com o início do mês, de acordo com a Evidation Health, e isso aconteceu em todos os Estados. As pessoas estão dormindo 20% a mais, e a ansiedade cresceu: os ansiosos eram 29% na semana de 12 de março, às vésperas da declaração de emergência nacional no país, e o percentual passou a 49% na última semana do mês.


Nutricionistas explicam que ingerir comidas pouco saudáveis e consumir álcool em excesso são uma válvula de escape para lidar com situações como estresse e tristeza, na medida em que criam uma sensação de bem estar imediata, mas que logo desaparece e muitas vezes é seguida por depressão e maior ansiedade.


Daí a importância de alertas e recomendações de especialistas e autoridades de saúde. Da mesma forma que é fundamental advertir que é preciso manter o confinamento social, sem sair de casa, como forma de impedir o avanço da covid-19, é preciso alertar a população sobre a importância de manter hábitos sadios em sua vida diária, mantendo rotinas, como acordar e dormir na mesma hora, comer com parcimônia e priorizando alimentos saudáveis, como legumes, frutas e verduras, e realizar, apesar das evidentes dificuldades, exercícios físicos regulares.


O desleixo agora pode ter consequências: não apenas a maior obesidade, com implicações para a saúde de cada um, com mais casos de diabetes e pressão alta, mas também a incorporação de hábitos e comportamentos difíceis de ser deixados de lado, tão logo a pandemia seja superada e as pessoas possam voltar à sua vida normal. 


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