Mais um sinal das dificuldades

Enquanto em todo o Brasil houve a geração de 43.820 postos de trabalho com carteira assinada no mês, na região o balanço foi negativo, com 709 empregos perdidos

Por: Da Redação  -  28/08/19  -  19:37

Os dados de julho do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), sobre o emprego formal no país, confirmaram a difícil situação econômica por que passa a Baixada Santista. Enquanto em todo o Brasil houve a geração de 43.820 postos de trabalho com carteira assinada no mês, na região o balanço foi negativo, com 709 empregos perdidos. 


O resultado nacional não é animador. A recuperação do mercado de trabalho segue lenta e, mantido o atual ritmo, serão ainda necessários seis anos para repor os 3 milhões de postos de trabalho que desapareceram durante a recente crise de 2014-2016. O número frustrou expectativas que estimavam maior geração de empregos para o mês, e foi pior do que o registrado em julho de 2018, quando foram criadas 47.319 vagas, e bem distante da média registrada entre 2004 e 2012, de 156.370 postos de trabalho.


No acumulado do ano, 461.411 vagas foram criadas em todo o país, e o saldo em 12 meses atinge 521.542, bem próximo do registrado no mesmo período do ano passado, que foi de cerca de 530 mil postos, a confirmar que a retomada é tímida, e não se acelerou em 2019.


Na Baixada Santista, entretanto, o quadro é bem pior. Além do desempenho negativo em julho, o saldo acumulado no ano também indica recuo: foram fechados 2.459 postos de trabalho com carteira assinada, embora esse número tenha sido um pouco abaixo do registrado no mesmo período de 2018 (3.097). Guarujá foi o município com desempenho mais desfavorável neste ano (1.276 vagas perdidas), sendo que em julho o pior resultado foi registrado em Cubatão (438 postos de trabalho a menos).


Santos, o maior polo empregador da região, teve pequena variação positiva em julho (mais 88 vagas), mas o balanço do ano segue no vermelho, com redução de 583 postos de trabalho. Em julho, além de Santos, apenas Itanhaém e Peruíbe apresentaram crescimento de empregos formais, mas os números são muito reduzidos e insignificantes (6 e 15 vagas, respectivamente). Todas as demais cidades tiveram queda no estoque de empregos com carteira assinada.


O cenário é muito preocupante e exige mobilização e ações para que seja revertido. Sem que novos investimentos e projetos sejam desenvolvidos rapidamente, a Baixada Santista continuará em situação muito difícil, quando comparada com outras regiões do País. No Estado de São Paulo, dados recente da Fundação Seade mostraram que, entre 2002 e 2018, a região de Santos foi a que mais perdeu espaço no PIB paulista, com taxa de crescimento anual de 1,4%, contra 2,3% na média estadual.


Nesse sentido, não há mais tempo a perder: a região precisa reagir e encontrar formas e caminhos de retomar seu desenvolvimento, e com ele empregos e renda. Qualquer movimento nesse sentido deve ter o apoio de todos. 


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