É indiscutível a melhora na situação da segurança na Baixada Santista. As estatísticas da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo demonstram que, em 2019, houve redução de praticamente todos os tipos de crime cometidos, com exceção dos estupros, que cresceram 3%, e dos furtos, que avançaram 8,9%. A nota positiva é a queda dos crimes violentos - homicídios dolosos e latrocínios - que recuaram de modo significativo (15,7% e 64,3%, respectivamente).
O número total registrado no ano - 118 pessoas assassinadas - faz com que a taxa para 100 mil habitantes (indicador que é adotado internacionalmente) tenha ficado em 6,3, inferior à média do Estado de São Paulo, que foi 6,6. Algumas cidades tiveram indicadores ainda menores - Cubatão, com 2,3, Guarujá, com 3,1 e Santos, com 4,8 - revelando quadro que é muito melhor do que em anos anteriores. Em 2002, quando a Secretaria de Segurança estadual começou a compilar os dados de violência e criminalidade, a Baixada Santista teve 722 homicídios - em 2019, eles foram reduzidos a 113 casos.
As ações de prevenção e combate à criminalidade têm tido resultado no Estado de São Paulo: basta notar que a taxa de assassinatos para 100 mil habitantes recuou de 35,1 em 2001 para 6,6 no ano passado, enquanto a média nacional, segundo dados do Atlas da Violência, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, era de 31,6 em 2017. No Estado, porém, houve aumento de 12% do número de mortes praticadas por policiais civis e militares em serviço, e foi exatamente na Baixada Santista que aconteceu o maior crescimento (33,3%), com 64 pessoas mortas em confrontos com a polícia, número bem superior a 2018 (48 mortos).
O balanço regional mostra ainda diferenças importantes. A Praia Grande vem melhorando seus índices (em 2019, a taxa foi de 7,7 assassinatos para cada 100 mil habitantes), mas o Litoral Sul persiste como a área mais violenta da Baixada Santista, com 15 assassinatos para 100 mil habitantes.
Os dados mostram que continuam caindo os roubos (subtração de bens com violência física), os roubos e furtos de veículos. Preocupa, entretanto, que os furtos sigam em alta: foram 25.199 casos registrados em 2019, que significa 70 ocorrências por dia na região, evidenciando que, embora seja difícil agir nesses casos, é preciso melhorar a investigação nesses tipos de crime, que ainda aflige a população regional.
Os estupros, infelizmente, tiveram também elevação, embora pequena. Mas a subnotificação desses casos que, segundo o comandante regional da Polícia Militar, coronel Rogerio Pedro Silva, chega a 85%, indica que há muito a fazer para reduzir a violência contra as mulheres, praticada, quase sempre, por maridos e companheiros, ou de ex-maridos e ex-companheiros, inconformados com as separações ocorridas.
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