Isolamento cai em todo o País

Sistemas que monitoram deslocamento das pessoas vêm mostrando aumento na movimentação nas ruas

Por: Da Redação  -  11/04/20  -  12:05

Sistemas que monitoram deslocamentos nas principais cidades do País vêm mostrando aumento da movimentação de pessoas nas ruas, rompendo o confinamento social. Alguns prefeitos e governadores, como o de Rondônia, começaram a admitir a reabertura do comércio, e o Ministério da Saúde orientou que cidades que tiverem menos de 50% dos leitos médicos ocupados podem adotar regras mais brandas, isolando apenas os grupos de risco.


O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), ofereceu apoio a prefeitos que tiverem programas de abertura controlada. Diante dessas manifestações, que são ratificadas e ampliadas pelo presidente Jair Bolsonaro, não surpreende que, gradualmente, mais pessoas rompam o isolamento. A In Loco, empresa que utiliza dados de aplicativos que permitem a geolocalização dos usuários, mostrou que na última terça-feira, 50,4% da população brasileira estava em casa, mas em 26 de março o percentual era bem maior: 57,6%.


Em São Paulo, de acordo com dados das operadoras de telefonia celular, só 49% da população estava em suas residências na quarta-feira, quando o ideal, segundo o governador João Doria (PSDB), seria 70%. O trânsito de veículos cresceu em seis de nove capitais brasileiras analisadas. Na semana passada, o trânsito em Salvador estava 56% inferior ao mesmo período de 2019; na semana atual, o percentual caiu para 44%.


Preocupa a maior movimentação de pessoas. Em todo o mundo, autoridades de saúde alertam que o contágio é intensificado pelo maior contato humano, e não foi atingido ainda o pico da doença no País, previsto para o final deste mês ou começo de maio. Negligência ou relaxamento precoce pode trazer graves consequências, com aumento do número de infectados e mortos, sobrecarregando o sistema de saúde.


A experiência internacional mostra que o confinamento é instrumento importante para evitar a propagação da covid-19. Não é o único fator: na Coreia do Sul e na Alemanha foi muito importante a testagem maciça da população, mas isolar pessoas é extremamente eficaz. Aqueles que tardaram em adotar essa medida, como a região da Ligúria na Itália, ou Nova Iorque, pagaram alto preço. A Ligúria registrava, na última sexta-feira, 54.802 infectados, 55% do total italiano, enquanto Lazio, onde está Roma, tinha apenas 4.429 pacientes com a doença confirmada.


É fundamental não sair de casa. Há muitas dificuldades, mas é preciso reconhecer que medidas emergenciais foram tomadas, seja no auxílio aos trabalhadores, com o pagamento emergencial de R$ 600, seja para empresas, como adiamento no pagamento de impostos, financiamento para folha de pagamento e suspensão dos contratos de trabalho, demonstrando que, com esforços e sacrifícios, é possível manter, por mais algum tempo, o necessário isolamento.


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